sábado, 27 de setembro de 2008

(Por Wesley-Kkampus)

Lembrei desta letra ao ver o santo papa visitando a cidade e lembrei da santa que apareceu pros meninos.

A| letra é muito genérica, mas é uma bola de cristal; fala sobre os homens.

Que Deus os proteja!

Imagino a cena Dantesca de vermes comendo vermes.

Esse dia chegará ...sem dúvida!

Abraço a todos

Wesley Campos

OBS: Assistam também" Ensaio sobre a cegueira" .
Meu líder, desculpe aí! ( pro Dan e pra Ana)

Fátima
Aborto Elétrico
Composição: Renato Russo / Flávio Lemos
Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
E se começa, um dia acaba
Eu tenho pena de vocês

E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Não quero ser que nem vocês
Eu não preciso mais mais mais mais mais mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz

Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou e no terceiro dia
Ninguém ressucitou

Metade (Poesia)

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Parabéns

Parabéns
De: henrique augusto carvalho soares (hacsoares@hotmail.com)
Enviada:
quinta-feira, 25 de setembro de 2008 17:28:00
Para:
balancogeraltvcidade@hotmail.com



Considero-me um crítico ferrenho de nossas coisas, mas isso não é a toa, somos preguiçosos. Sabe aquele doce de buriti ? vem do piauí. Aquela água de coco, vem do Ceará. E assim por diante. É triste! - Nossa programação local, horrível. Mas tive que me render ao "Balanço Geral". Confrontei o formato do programa ao o que antes era exibido pela rede e o resultado foi uma diferênça de qualidade estonteante. Por isso parabenizo a Produção e os apresentadores. Torço para que não hajam mudanças e/ou interferências de terceiros, a fim de não prejudicar a audiência. torço também para que a Rede Record não tenha acesso ao programa para que não corramos o risco de perder essa equipe que certamente são excessões ou não são maranhenses. Um abraço e desculpas pela sinceridade.

Henrique A C Soares

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Globalização da ética (por Kkampus)

Antes de tudo, a palavra é hipocrisia. Ao fazermos uma análise nem tanto profunda do quadro social em que estamos mergulhados vimos passivos o que as sociedades se transformaram nos últimos anos.A globalização e suas armas criaram um ambiente propicio para que as relações pouco éticas se desenvolvessem. Nem sei se na verdade houve um real desenvolvimento dessas relações ou se apenas elas se tornaram um pouco mais transparentes. Assim essa transparência que no momento nos parece mostrar um verdadeiro caos, onde a lama inunda os porões e os salões das instituições, a nosso ver é um cenário construído paulatinamente com o aval dos falsos moralistas, que me parece ser a maioria.
Todas as relações pessoais, profissionais, comerciais são regidas pela lei do mais forte (ou lei da selva), pela lei do menor esforço (ou lei do Gerson), que estão entranhadas nas leis capitais atuais do dito mercado. Pra vender, pra ter lucro, tem-se que diminuir custos, ser competitivos, isso significa passar por cima, atropelar, jantar o outro, usar de praticas sub-reptícias, canibais. Sobreviver nesse panorama é assimilar essas leis ou morrer de fome. Os governos não são mais tão soberanos, há tempos são reféns dos conglomerados empresariais que agem patrocinando campanhas para criar braços políticos que depois passam a legislar a favor de seus interesses. Quando fala-se em empresas, estão incluídas inclusive aquelas que servem ao crime organizado.Será se ainda acredita-se na força do povo, no governo para nós? Ora é muita tolice acreditar nisso, é preferível vestir-se da mais bela hipocrisia. Olhamos isso todo dia, no pequeno universo de nossas vidas. Mas``o inferno são os outros!``. Quem não se pactua, quem não vende a alma pro diabo, amarga o verdadeiro inferno, ou o céu da resignação cristã. Quantos podem vencer com as oportunidades honestas que a sociedade oferece? Como se constrói uma empresa ou um homem de sucesso? Ora, todos sabem que a retidão te faz um “otário”, e que virtude é a capa social da utopia, do sonho. Então, existe meia honestidade? Há alguém que chegou a algum patamar de poder sóciopolítico sem ter deixado rastros de corrupção,ou sendo ético e leal com seus concorrentes? De quem é o discurso? Os mesmos que detêm o poder são os mesmos que denunciam, que apontam. Onde está o dinheiro sujo oriundo das praticas comerciais ilícitas, do patrimônio publico?Estão nos mesmos paises que nos chamam de corruptos. A quem nossos governos tomam benção e lêem a cartilha para ter sucesso comercial ou não ser bombardeado por um pretexto qualquer? Ou acredita-se que somos livres? De onde vem o poder de nossos coronéis? Quem são os piratas?
Enfim, políticos são todos iguais , como na sabedoria jeca ``só mudam as moscas``. Por quanto tempo vão se repetir os escândalos? Direi que por longos e longos anos, independente do grupo que esteja no poder ; quem atira pedra hoje, com certeza tem o telhado de vidro.O que nos deixa mais desesperançosos é que globalizou-se a ética ou a sua falta, a estrutura é igual em qualquer lugar, os valores há muito perdidos. Vamos desinventar governos? Vamos criar um partido anarquista!? Um partido que tem dia pra acabar, quando acabarem-se os governos. ``O homem livre nada deseja``. Fujam do consumo! Rejeitem os reis, se puderem. O mal por si se destrói! A filosofia há anos já disse tudo. A historia é o testemunho de que nada é inédito, tudo se repete.no fim o progresso nos destruira :
“ Terra... tão te maltratando por dinheiro!”

K. kampus

Pensamentos alheios...? incertezas...? medo? não! acreditar em si mesmo é a alma do negócio. (P.Costa)

...Dia "Caloroso", pensamentos abruptos e serenos conforme o clima de absurdos de extrema intranquilidade da vida. É sexta-feira, dia após dias, meses se passando e nada de certeza das melhores formas e atitudes corretas para um dia melhor... Segundo pensamentos e confronto de idéias e ideais, o "velho" e o "novo" se corrompe em uma sociedade corrupta e cheia de hipocrisia vivida ao longo da moralidade e livre arbítrio, devido a democracia em que nos deparamos ao longo de nossa caminhada.

"O velho", ou seja, rotinas que vivem à acontecer de maneiras incertas, mas que, devido a comodidade do dia a dia, conforta e serve como um bonificador caloroso para um "Bem Estar" familiar e social. Certo disso, trazemos conosco medo e intranquilidade da vida incerta que o futuro nos guarda.

E o novo...!?

É "O novo", como já sabemos, é a vontade de criar, fomentar infinitas novidades, inovar... enfim, um valor real para suprir resultados positivistas. Bem, mas fora isso, temos que quebrar paradgmas e superar anciedades de dever cumprido ou a ser cumprido ao longo de uma jornada meticulosa do saber viver? ou saber resolver?... basta.

Verdadeiramente "o ser" espiritual/carnal manifestado de ambições, modismo e falta de interesse faz com que traga uma maneira mais pífia de tranformação humana, pois a humanidade carnal faz parte do meio como um todo, basta germinar interesses próprios para acontecer o desfrutil da mediocre pessoal.

UUFAAA! é cedo ainda, mas.... Acreditem em si, pois a paz espiritual alivia e nos conforta para o MUNDO chamado BRASIL, na qual há desigualdades, preconceitos raciais e impunidades que afloram no ímem categórico realista que cuja finalidade é defendida por poucos.

Aí vai meu caro amigo Henrique..... mais uma contribuição de uma mera pessoa que quer vê o mundo diferente... olhar pessoas que amem o próximo sem querer nada em troca... que quer pactuar sonhos e realizar benfeitorias..... sorrir por coisas simples que a natureza nos dá sem ônus...desfrutar de magias no âmbito cultural e social.

um abraço do Amigo (Paulo Ricardo)

Por (P.Costa)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

MANIFESTO (Por kkampus)


Recebi esse email do kkampus, que é o pseudônimo do Wesley, e foi inegavelmente o presente exagerado mais lindo, mais puro, mais tocante, mais amoroso, fraterno que já recebi em toda a minha vida. Agora, talvez eu saiba responder para que servem as lágrimas. Amo pessoas assim do seu jeito meu amigo. Que Deus te abençoe.

Segue o texto:

Em algum livro , que não quero procurar , fala-me da saudade da infância. A verdade é que sou um saudosista declarado, e me orgulho das minhas doces lembranças:
Era um tempo de mudança, saíra do meu antigo colégio, de uma certa maneira, contra minha vontade, pois minha mãe achava melhor ter meus irmãos sobre vigilância, visto que minha irmã mais velha trabalhava no novo colégio.
Ao chegar na entrevista de admissão na escola, tive a grata surpresa de encontrar com Sérgio, amigo do antigo colégio, que também estava sendo trocado de escola, por motivo semelhante, só que no caso dele , ele era o vigiado.
Nós éramos da segunda turma de meninos, num colégio que até dois anos antes só estudava meninas. De qualquer maneira começamos naquele ambiente quase hostil, diferente, muito pouco atraente para alguém extremamente tímido como eu.
No tempo, logo descobri, que o carinha da escola era um menino alto, moreno, esguio, com um sinal logo acima do lábio, que levava as meninas a sonhar. Seu irmão um pouco mais forte, igual ao meu mais velho, também gozava de prestígio e fama_ de bonitão.
Eu, que não me achava lindo, pela timidez me reservava a função de dedicar aos livros, e também gostava de jogar futebol.
Fomos avançando e no científico, já havia vários meninos na escola.e a distancia natural, entre os meninos e meninas, cedia espaço a pequenos flertes. Mas na sala havia uma distinção, os meninos sentavam atrás, correspondendo à bagunça e as meninas na frente, principalmente as cdf’s . Nesse período houve um despertar para a poesia, e assim os primeiros escritos surgiram , tímidos , com um cunho bucólico e sentimental.Lembro que o Charles e Flávio também escreviam. Iniciamos um jornal, que se colava ao lado do quadro negro, onde publicávamos opiniões , poemas e músicas. O jornal acabou um dia numa reunião com a temida diretora, Irma Câmara, tudo por uma brincadeira onde associávamos personagens da televisão aos professores. Uma professora não gostou de ser associada a um personagem obeso do Jô Soares e aí deu a maior confusão; o pior é que na hora do enfrentamento, o autor da brincadeira(aquele carinha ) ficou sozinho e queria que todos assumissem a culpa; para amenizar decidimos em conjunto pedir desculpas formais a diretoria, pois éramos co-responsáveis pela brincadeira. Saímos fortalecidos pela atitude , mas o jornal acabara ali.
Veio a turma 23, e o jornal ressuscita, ali formamos um grupo forte, de brincadeiras e vivencia. O jornal voltou, mais legal, com a contribuição de Flavinho de Açúcar, Jadiel e outros. Dali foi um pulo pro último ano, quando por experiência acumulada, assumimos “o telex”, jornal do centro cívico que fora herdado de Merval (meu primo) , depois Kátia Lobão, Zé Branco, Winston (meu irmão) e Beto (irmão de Neuza, nossa colega).
Lembram do carinha bonitão? Pois é continuava, se gabava que tinha namorada, só queria ser! Mas a gente não rivalizava, ele era do nosso grupo, assim como Sapo-sunga, Fumaça, Flavinho de açúcar, Jonas. Não vou falar dos apelidos que remetia aos nomes das mães de cada um (rsss...)
Terminamos o colégio..A vida virou verdade! Como dizia Jorge Borges. Então cada um seguiu seu rumo, uns mantiveram a amizade, outros mantiveram-se distantes.
Fizemos um grupo, treze anos após o término da escola , quando nos reencontramos, quando voltei dos estudos em outro estado. Esse grupo vem crescendo, agregando pessoas, revivendo a adolescência, acreditando ainda no sonho.Fazemos reuniões memoráveis, acrescentando mais lenha à fogueira do saudosismo.
Lembram novamente do menino que era o cara? Pois é o cara cresceu , virou tímido , mas ficou mais belo ainda; é um dos caras mais legais que conheço, dotado de uma sensibilidade incrível e de um bem-querer sem limites. É um dos amigos que se quer sempre estar perto , que te coloca sempre pra cima, uma pessoa de coração imenso. Diria, parodiando Caetano Veloso, que o cara ” é como uma pedra no meio do mar , a primeira vez que se vê , se ama logo”. Na verdade ele é um grande artista, que desconhece suas potencialidades. É preciso perseverar, lembra?!
Posso usar essa pequena história, como um manifesto em sua homenagem, e tenho certeza será assinado por todos que o conhecem.
Por fim , gostaria de te dizer Henrique, que é uma grande honra ser seu amigo e parceiro no projeto de transformação do mundo, ao compartilharmos uma visão mais solidária, com valores mais altruístas, mesmo nadando contra a maré da desventura humana. Que Deus te dê uma vida longa e plena para ti e tua família! E mais uma vez agradeço pela tua presença fundamental na vida de teus amigos.

K.Kampus

Primavera de 2008.

Paradigmas da Globalização.

Meu amigo Paulo Ricardo, talvez o texto que me pediste para escrever seja por demais complexo. Digo complexo pelo fato de que não consegui separar as coisas que me parecem formais ou que obedecem uma "Nova Ordem". Acato-a, pois pareço fazer parte dela, mas não amadureci suficientemente para saber como separar números, razões e emoções. Talvez sejamos da globalização. Sejamos heróis então. Segue um texto que aborda o assunto, e que acredito elucidar um pouco o que até hoje quase nada sei. Um abração.


Passados alguns anos da entrada do Brasil na era da globalização, podemos constatar a mudança de paradigmas econômicos, políticos e sociais.

O objetivo do desenvolvimento econômico é o aumento contínuo do bem-estar do povo, proporcionado a satisfação de necessidades básicas e minimizando desigualdades de acesso a bens e serviços.

A globalização prometia abertura de mercado e igualdade de oportunidades para todos. Isto significaria que todos os indivíduos fariam ou poderiam fazer parte de um mesmo mundo, de uma mesma realidade. A democracia pressupõe uma sociedade livre, com igualdade de direitos e deveres ou, no mínimo, sem grandes desigualdades entre os cidadãos. A globalização estaria permitindo as mesmas oportunidades para todos? Ou estaria privilegiando pequenos grupos? Em um rápido balanço de final de século, que conclusões podemos elencar?



ALGUNS RESULTADOS DO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou um relatório sobre o desenvolvimento humano no qual revela um quadro bastante negativo no período de 1990 a 1995, período este que podemos relacionar com os primeiros resultados do processo de globalização. Segundo este relatório, o nível de pobreza aumentou no mundo. Antes concentrava-se na América Latina, no sul da Ásia e na África. Hoje, sabemos que os países da Europa Oriental e os da antiga União Soviética engrossam a lista dos excluídos. Até os países ricos viram o índice de pobreza subir de forma alarmante. O desemprego alcançou níveis iguais aos dos anos 30, e a desigualdade de renda cresceu ainda mais.

O mercado tornou-se mais agressivo com a globalização da economia. O capital estrangeiro entrou no Brasil. O monopólio agoniza. O governo brasileiro lança uma política de privatização.

Para Forrester, as privatizações, sob a alegação de reduzir o tamanho dos Estados, desejam mesmo é poupá-los de realizar cortes de pessoal. Segundo ela, a globalização e a informatização significam a privatização do máximo de empresas estatais que for possível, seu enxugamento e o enfraquecimento dos trabalhadores pelo terror do desemprego.

As empresas brasileiras, para se tornarem competitivas e sobreviver nesta economia globalizada, tiveram de introduzir modificações em suas estratégias de competição e crescimento. Muitas desapareceram, ou estão fechando suas portas. O desemprego aumenta a cada dia.



NOVO PARADIGMA TECNOLÓGICO

O novo paradigma tecnológico trouxe novas exigências quanto aos atributos dos trabalhadores e requer maior preparo e educação permanentes para o desempenho de funções que estão em constante mudança. Este novo paradigma, surgido a partir do emprego de novas técnicas organizacionais e da automação, é uma característica dos dias atuais. Sem dúvida, este novo modelo está associado à aceleração da evolução e mudança dos métodos de trabalho, pressionados pela necessidade de novos produtos e de se imprimir qualidade até mesmo como requisito de sobrevivência.

O Brasil saiu de duas décadas perdidas em termos de sua inserção no mercado global. O ano de 1990 foi o marco definitivo da política de substituição de importações, que deu lugar à política de competitividade industrial.

Mais e mais empresas estão descobrindo o valor da informação para seus negócios. Estão buscando e aprendendo a utilizar informações sobre o ambiente interno e externo, sobre ameaças e oportunidades. Estão, enfim, preocupadas em ter o maior conhecimento possível sobre dados e fatos do seu contexto empresarial.

Em um modelo econômico globalizado, cresce a exigência para que as empresas cumpram requisitos técnicos e tecnológicos em relação à qualidade de seus serviços e produtos, à preservação do meio ambiente e à segurança no trabalho.

O atual processo requer o uso adequado da informação como insumo para a tomada de decisões e a utilização de modernas tecnologias de informação para permitir o acesso mais rápido, no sentido de possibilitar que os dados sejam empregados no momento oportuno.

No entanto, a informação está disponível para todos os que dela necessitam? Temos como afirmar que todos podem fazer parte da sociedade da informação?

Masuda diz que na sociedade da informação predominará o direito de uso, e não o direito de propriedade e que o princípio da sinergia, ao invés do princípio da competição, será o princípio básico da sociedade. Para ele, os indivíduos terão um objetivo social comum.

Drahos, ao contrário de Masuda, preconiza que a sociedade da informação pode se transformar em um espaço mais desigual do que nós poderíamos esperar e que corre o risco de se fechar em feudos, onde prevalecerão os interesses dos mais ricos (que ele denomina de barões da mídia), ávidos em obter grandes lucros, impondo o prejuízo aos mais pobres.

A Internet permite a disponibilização de dados e informações a qualquer momento e por qualquer pessoa ou instituição. Este fato ocasiona um mundo de informações colocadas de forma desorganizada e conseqüentemente de difícil recuperação. Possibilita ainda que grupos possam juntar-se e criar sites com informações organizadas, com valor agregado, estratégicas e disponíveis ...." a quem puder pagar por elas".

Existe ainda o direito de propriedade intelectual que garante ao autor cobrar taxa sobre a sua produção.

Então, o comércio da informação afeta duas área de regulação: as telecomunicações e a propriedade intelectual.

A capacidade de pagar pelas ligações e pelos serviços de informação varia muito entre os usuários, principalmente nos países em desenvolvimento. Pode surgir daí um problema social em potencial, como previsto na Teoria Weak Tie (Teoria dos Laços Fracos). Essa teoria diz que "está ficando cada vez mais fácil para aqueles que têm acesso à Internet buscar novas oportunidades, estendendo suas redes pessoais de maneira mais eficiente do que aqueles que não têm acesso. Se, como as evidências sugerem, os usuários já tendem a vir de famílias de renda mais alta, com educação universitária, pode se esperar que o abismo entre os níveis de renda continuará a aprofundar-se a uma taxa extremamente acelerada" (Civille, 1995).

Drahos alerta para o risco do estabelecimento rígido dos direitos de propriedade intelectual como limitador do direito de informação dos cidadãos. As companhias, por meio de leis, podem assegurar privilégios de monopólio de informações e criar barreiras financeiras para a população. Um quadro típico dos antigos feudos, onde o povo estava submisso aos senhores da terra sem qualquer proteção do Estado. Drahos faz esta comparação, porque julga que a globalização dos negócios internacionais, a privatização dos meios de comunicação e os direitos de propriedade intelectual estão nas mãos de grupos poderosos.

Isto é o que poderá acontecer, se não forem estabelecidas estratégias em defesa dos direitos dos usuários e em salvaguardas dos valores de grupos, instituições e até de regiões desfavorecidas, agora à mercê deste (suposto) feudalismo informacional (Miranda, 1996).

Segundo ainda Civille, indivíduos com laços fracos, carentes de acesso a uma rede mais ampla de relacionamentos como os fornecidos pela Internet, podem ser colocados em uma posição desvantajosa. O fator econômico impede-lhes o acesso, que só é possível mediante pagamento.

Atualmente, são comuns sistemas de cobrança eletrônicos automáticos que enviam a taxa cobrada aos vários proprietários, por cópias de um artigo capturado a partir de um banco de dados, por exemplo.

Vários estudiosos ditos pessimistas, Drahos, inclusive, visualizam a transformação da sociedade da informação em uma sociedade de pagamento pela comunicação.

Temos então duas visões diferentes sobre o futuro da sociedade da informação. Quem estaria com a razão? Masuda ou Drahos?

Em um processo de escolha, sob a ótica do ideal democrático, Masuda aproxima-se mais da opção que elege o compartilhamento de dados e informações sem barreiras. É claro que o grupo dos capitalistas não concordaria. Porém, infelizmente, Drahos parece o que mais traduz a realidade atual. A existência de infovias com "pedágio", neste final de século, está crescendo rapidamente, impedindo aos menos afortunados o acesso a informações das quais precisam.

Toro e Werneck são muito felizes ao afirmar que "a maioria dos problemas aparece quando alguém quer ser dono, manipular e exercer autoridade sobre os outros, quando esquecemos o conceito de cidadão e os princípios da democracia". E aí a solução não é medir força ou contrapor outra autoridade, mas ampliar o movimento, abrir mais, dar espaço para que os conflitos apareçam e sejam negociados.

Cabe a cada um de nós, em um exercício de cidadania, monitorar a evolução dos acontecimentos, e não permitir o bloqueio de informações ou a exploração pelos poderosos.

O acesso à informação poderia ser mais democratizado com o emprego de uma política de subsídios para a aquisição de equipamentos e conexão à Internet por parte de instituições como bibliotecas, escolas e centros comunitários, que facilitariam o uso do serviço da Internet àquelas pessoas que não podem pagar para ter acesso às informações que julgam importantes para o seu conhecimento.

A mudança de paradigmas deve ser continuamente acompanhada para que todos os indivíduos possam se posicionar e exercer seu poder de cidadania, de acordo com os princípios éticos e morais. Segundo Khun, quando mudam os paradigmas, muda com eles o próprio mundo. Ou seja, quando se é guiado por um novo paradigma, vêem-se coisas novas e diferentes olhando os mesmos pontos examinados anteriormente.

Não resta dúvida quanto à necessidade de aprimoramento contínuo dos conhecimentos do indivíduo, indiferentemente da função que ele esteja exercendo. O mundo exige profissionais cada vez mais qualificados e com habilidade de bem relacionarem-se com seus pares e ímpares. Somente os indivíduos bem preparados, que sabem transformar dados e informações em conhecimentos e com formação ética, terão condições de enfrentar os desafios e ameaças e aproveitar as oportunidades em benefício da sociedade.

sábado, 20 de setembro de 2008

O Pior Cego... (Por Kkampus)

O Pior Cego...

Por mais que queira ter uma visão otimista do Brasil, tenho a impressão de que nunca chegaremos lá, e essa assertiva me parece muito mais real aqui na província do Maranhão. Assisti ao filme “Ensaio sobre a cegueira” do diretor brasileiro Fernando Meirelles, que além da excelente qualidade técnica, teve a escolha fortuita de basear-se no livro homônimo do escritor lusitano José Saramago, este, vencedor do Nobel de Literatura, prêmio que o credencia como um dos melhores escritores do mundo e diminui um pouco minha tendência, por ser seu admirador, não só dos temas que aborda em seus livros, sua narrativa esdrúxula e maravilhosa, além de ser um dos heróis da resistência, no que tange à aceitação da ordem mundial vigente, calcada nos princípios neoliberais embutidos na globalização.
Lá venho eu novamente como neobobo, discutir este velho tema, que cada vez mais tem menos eco, pois há um sentimento de derrota pelo que se tornou inevitável e inexpugnável, até onde a história poderá desdizer. Contudo minhas posturas se tornam reféns da minha carcomida coerência, a qual me orgulho, inclusive com as reservas morais que me apego.
De qualquer forma, fico decepcionado ao ver uma obra magnífica, independente dos futuros prêmios que irá receber, além do reconhecimento óbvio da crítica intelectualizada, ser maltratada pela ausência de um contingente efetivo de platéia na única sala de exibição entre várias outras que exibem chicletes, pipoca e refrigerante.
Quisera todo ser humano ou cidadão desta cidade, pudesse ter outras oportunidades de se deparar com seu espelho, com a verdade nua e crua da nossa essência. Longe eu de querer filosofar sobre o gênero humano, não tenho formação técnica para isso, mas gosto de discutir o tema, mesmo sem o apego estrito ao academicismo. Mas sou cônscio que a linguagem do cinema é rica, clara e profunda, e chega ao cerne da questão em obras desse tipo. Talvez o diretor, e nem o escritor quisessem uma massificação sobre o tema, mas independente de suas vontades, tem-se a sensação de um grande desperdício, de “se oferecer pérolas aos porcos”.
Quisera poder acreditar que a ausência das pessoas é premeditada, pelo medo de se encontrar consigo mesmo, de achar que a crueza humana seja demais dolorosa para se ter como opção de lazer ou que eu seja demais preconceituoso, um grande patrulheiro ideológico, e não aceite as liberdades de escolhas por temas fúteis. Mas a verdade é que as pessoas, de um modo geral estão acostumadas a consumir o fácil, aquilo que a sua mediocridade permite, no melhor estilo, “quanto mais burrice, melhor”. Imagino que as escolhas também são frutos da ignorância, da falta de consciência crítica, do analfabetismo que ainda em nosso meio prevalece.
E quem nos salvará dessa cegueira? Talvez o “Domingão do Faustão” ou qualquer dos telejornais de fácil assimilação que poderão decretar o valor deste filme: a mídia pobre a lastrear a arte.
Que eu seja perdoado por minhas ácidas críticas, movidas pelo inconformismo. Ainda assim, mais que nunca, “o pior cego é aquele que (literalmente) não quer ver”

K.Kampus.

Alaôr Mota (Por Agnaldo Mota)


Agnaldo Mota
ESCREVE

Alaôr Mota, Saudações Pinheirenses!

Meu nome é Agnaldo Mota, eu sou irmão de Alaôr!
Ser irmão de Alaôr servia-me como escudo, como carta de apresentação e até mesmo de identidade, na quadra interna do Colégio Pinheirenses, nos arredores da Faveira, no Campo da Forgata, no Campo da Malva, Estádio Costa Rodrigues, no Bairro de Alcântara.
O mundo dos adultos começava a se descortinar para mim, porque eu havia descoberto a minha senha, a minha chave mágica: Meu nome é Agnaldo Mota, eu sou irmão de Alaôr!
Desta forma eu me apresentei pra Chiquinho de Jeco, na Oficina Gráfica do Jornal Cidade de Pinheiro, onde o Alaôr trabalhava como estagiário. Assim, foi que eu entrei pela primeira vez, ali. A minha curiosidade infantil levava-me a descobrir como se faz um jornal. E eu tinha a senha!
Zé Isaias Ferreira, Lueudimar Ribeiro, Rufino Fernandes, Zé Roberto Soares, Tinche, perguntavam-me: Tu és irmão de Alaôr? E eu lhes respondia, cheio de orgulho: Meu nome é Agnaldo Mota, eu sou irmão de Alaôr!
Alaôr Pereira Mota é o filho primogênito do casal José Floriano Mota (Zé Mota) e Caetana Pereira Mota (Dona Tatá). Nasceu na Cidade de Pinheiro – MA. Em 09 de janeiro de 1941.
Alaôr sempre foi um ser prodígio desde pequeno. Meus pais costumavam dizer-me que nunca precisaram mandá-lo estudar – fazer os deveres escolares de casa. Ele sabia dar prioridade ao que tinha prioridade. Já havia feito, em criança, a sua escala hierárquica de valores!
Quando adolescente costumava ser um dos primeiros da turma. Estudioso, inteligente, amigo constante, dos colegas e dos professores. Sempre com um sorriso franco, alegre e uma frase educativa, na ponta da língua, adequada ao momento. Era também "O Batoré" da turma, grande porém, em suas atitudes e resultados, como estudante, como filho e irmão dedicado e atencioso com todos que o abordassem.
Aos 17 anos, foi aprovado em 1º lugar, no Concurso para a Escola de Sargento das Armas do Exército, no 24º Batalhão de Caçadores, em São Luís – MA.. Viajou imediatamente para a cidade de Três Corações - MG., cidade natal de Pelé, onde concluiu com êxito e brilhantismo mais esta etapa da sua vida profissional.
Escolheu a cidade de Recife para morar e servir. Aqui, foi escolhido pelo Comandante para representar o Exército de Recife, na Escola Superior de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro. Era o seu primeiro curso de nível superior, que se avizinhava. Nasceu para brilhar e o fez, para orgulho da família e da comunidade de Pinheiro.
O falecimento de Alaôr Pereira Mota – Capitão Reformado do Exército, Odontólogo renomado, como civil, aconteceu em 05/AGO/2.008, na cidade do Rio de Janeiro, onde morava, no dia do 54º aniversário de falecimento da mãe dele e minha também. Deixou viúva Dra. Sandra Cóscio Mota e a filha do casal Bianca Cóscio Mota, formada em Bioquímica. Deixou também 15 irmãos e minhares de amigos.
Durante a Sentinela do Alaôr, muitos dos seus amigos presentes se acercaram da família para testemunhar a pessoa de bem que ele conseguiu ser a cada momento de sua vida. Chamou-me à atenção de modo especial, duas sentenças do Capitão Jarbas, que foi superior da unidade, no período em que Alaôr, seu subordinado no Exército, estudava na Faculdade de Odontologia: "Ninguém conseguia, conhecendo o Alaôr, abrir mão de sua amizade!" "Alaôr sempre foi e sempre será um menino de ouro!"
Seu sepultamento aconteceu no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, no dia seguinte (06/AGO/2.008).
Dentre as centenas de lições de vida que eu aprendi com o meu irmão Alaôr, eis aqui uma delas: "Um homem só tem o direito de olhar a outro homem, de cima pra baixo, se estiver decidido a ajudá-lo a se levantar!"
Alaôr, além de morar no Coração de todos aqueles que pertencem à sua família, em Pinheiro, Belém, São Luís, Teresina, Fortaleza, Brasília, Salvador e Rio de Janeiro, mora também na mente e no coração de todas as pessoas que foram agraciadas, em conhecê-lo e assim privaram da sua amizade, do seu sorriso, do seu companheirismo e da sua alegria. E é por isso que estamos aqui a reverenciar a vida e a alegria de viver, que aprendemos com ele!
Quando eu mando flores, vou junto. Quando escrevo e quando rezo... também!
Eu me chamo Agnaldo Mota. Eu sou irmão de Alaôr!
Saudações Pinheirenses!

José Agnaldo Pereira Mota
= PINHEIRENSE =
agnaldomota@elo.com.br

- Jornal Folha de Pinheiro Nº 177 - SET/2.008.
- Jornal Cidade de Pinheiro Nº 3.181-AGO/2.008,
neste com o título: "O Ir

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Coisas da Vida (Por Paulo Ricardo)

Meu amigos antigos são exagerados e os novos: "Puta que pariu" - Desse jeito vou ficar insurportável. Dessa vez é o Paulo Ricardo, amizade construída graças aos principios básicos que acreditamos serem a base do alicerce que formam os Homens de boa FÉ. Muito obrigado querido. Colabore mandando textos. Tenho certeza que com isso haverá um certo belo congestionamento de tráfego por aqui. Um abração. SEGUE SEU TEXTO ABAIXO - Muito obrigado

Caro Amigo Henrique, pensei após sua ligação em muitas coisas.... mas o que pude observar, que sou uma pessoa enquiquecedora em busca de novas amizades e você foi uma pessoa que muito me admirei, tanto pela "performance" de simplicidade de pessoa que você é, quanto o valor que você dar a pessoas simples como sou.

Olha cara, eu pouco escrevo e falo da minha vida, mas acho que é de tanto fluir ideias e não por em práticas estas, que perco oportunidades e também vontades de expressa-las, mas com esta energia suplicante que flui de sua humilde pessoa é que faço-me orgulhoso de ter encontrado mais um cara legal.

Henrique, tenho coisas além de mim que preciso externá-las, se é que me entendes, pois gosto de pensar muito sobre a vida e como estou caminhando nela.... mas é assim, muito pé no chão e olhando sempre pra frente e que atrás vem gente...hahaha.... é roçaaaaaaaa...

Cara, Sou Administrador, tenho 31 anos, casado, e mau resolvido profissionalmente... mas são coisas de BRASIL, país da exploração trabalhista e falta de oportunidades....hehe... mas então, espero que minha vida mude conforme vou descobrindo algo novo, como aqui, onde me encontro praticamente estático e desconfortável profissionalmente falando. Mas acredito que "só a luta muda a vida" e estou em busca disso...

Desculpa se está parecendo desabafo, mas é assim que me sinto falando de minha pessoa e você foi umas das pessoas agraciadas que resolvi falar, ou seja, digo: escrever, no caso, pois de cara sentir uma tranquilidade exagerada de confiança em você.

Valeu por ter te conhecido..... Abraços e boa sorte no que escreves....
Não o conheço o bastante, mas espero compartilhar nossas Imperfeições, Qualidades, oportunidades, coisas em comum..... e muitas coisas a mais....


Tchau....
um Abraço...
do Amigo Ricardo.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

MANIFESTO (Por kkampus)


Recebi esse email do kkampus, que é o pseudônimo do Wesley, e foi inegavelmente o presente exagerado mais lindo, mais puro, mais tocante, mais amoroso, fraterno que já recebi em toda a minha vida. Agora, talvez eu saiba responder para que servem as lágrimas. Amo pessoas assim do seu jeito meu amigo. Que Deus te abençoe.

Segue o texto:

Em algum livro , que não quero procurar , fala-me da saudade da infância. A verdade é que sou um saudosista declarado, e me orgulho das minhas doces lembranças:
Era um tempo de mudança, saíra do meu antigo colégio, de uma certa maneira, contra minha vontade, pois minha mãe achava melhor ter meus irmãos sobre vigilância, visto que minha irmã mais velha trabalhava no novo colégio.
Ao chegar na entrevista de admissão na escola, tive a grata surpresa de encontrar com Sérgio, amigo do antigo colégio, que também estava sendo trocado de escola, por motivo semelhante, só que no caso dele , ele era o vigiado.
Nós éramos da segunda turma de meninos, num colégio que até dois anos antes só estudava meninas. De qualquer maneira começamos naquele ambiente quase hostil, diferente, muito pouco atraente para alguém extremamente tímido como eu.
No tempo, logo descobri, que o carinha da escola era um menino alto, moreno, esguio, com um sinal logo acima do lábio, que levava as meninas a sonhar. Seu irmão um pouco mais forte, igual ao meu mais velho, também gozava de prestígio e fama_ de bonitão.
Eu, que não me achava lindo, pela timidez me reservava a função de dedicar aos livros, e também gostava de jogar futebol.
Fomos avançando e no científico, já havia vários meninos na escola.e a distancia natural, entre os meninos e meninas, cedia espaço a pequenos flertes. Mas na sala havia uma distinção, os meninos sentavam atrás, correspondendo à bagunça e as meninas na frente, principalmente as cdf’s . Nesse período houve um despertar para a poesia, e assim os primeiros escritos surgiram , tímidos , com um cunho bucólico e sentimental.Lembro que o Charles e Flávio também escreviam. Iniciamos um jornal, que se colava ao lado do quadro negro, onde publicávamos opiniões , poemas e músicas. O jornal acabou um dia numa reunião com a temida diretora, Irma Câmara, tudo por uma brincadeira onde associávamos personagens da televisão aos professores. Uma professora não gostou de ser associada a um personagem obeso do Jô Soares e aí deu a maior confusão; o pior é que na hora do enfrentamento, o autor da brincadeira(aquele carinha ) ficou sozinho e queria que todos assumissem a culpa; para amenizar decidimos em conjunto pedir desculpas formais a diretoria, pois éramos co-responsáveis pela brincadeira. Saímos fortalecidos pela atitude , mas o jornal acabara ali.
Veio a turma 23, e o jornal ressuscita, ali formamos um grupo forte, de brincadeiras e vivencia. O jornal voltou, mais legal, com a contribuição de Flavinho de Açúcar, Jadiel e outros. Dali foi um pulo pro último ano, quando por experiência acumulada, assumimos “o telex”, jornal do centro cívico que fora herdado de Merval (meu primo) , depois Kátia Lobão, Zé Branco, Winston (meu irmão) e Beto (irmão de Neuza, nossa colega).
Lembram do carinha bonitão? Pois é continuava, se gabava que tinha namorada, só queria ser! Mas a gente não rivalizava, ele era do nosso grupo, assim como Sapo-sunga, Fumaça, Flavinho de açúcar, Jonas. Não vou falar dos apelidos que remetia aos nomes das mães de cada um (rsss...)
Terminamos o colégio..A vida virou verdade! Como dizia Jorge Borges. Então cada um seguiu seu rumo, uns mantiveram a amizade, outros mantiveram-se distantes.
Fizemos um grupo, treze anos após o término da escola , quando nos reencontramos, quando voltei dos estudos em outro estado. Esse grupo vem crescendo, agregando pessoas, revivendo a adolescência, acreditando ainda no sonho.Fazemos reuniões memoráveis, acrescentando mais lenha à fogueira do saudosismo.
Lembram novamente do menino que era o cara? Pois é o cara cresceu , virou tímido , mas ficou mais belo ainda; é um dos caras mais legais que conheço, dotado de uma sensibilidade incrível e de um bem-querer sem limites. É um dos amigos que se quer sempre estar perto , que te coloca sempre pra cima, uma pessoa de coração imenso. Diria, parodiando Caetano Veloso, que o cara ” é como uma pedra no meio do mar , a primeira vez que se vê , se ama logo”. Na verdade ele é um grande artista, que desconhece suas potencialidades. É preciso perseverar, lembra?!
Posso usar essa pequena história, como um manifesto em sua homenagem, e tenho certeza será assinado por todos que o conhecem.
Por fim , gostaria de te dizer Henrique, que é uma grande honra ser seu amigo e parceiro no projeto de transformação do mundo, ao compartilharmos uma visão mais solidária, com valores mais altruístas, mesmo nadando contra a maré da desventura humana. Que Deus te dê uma vida longa e plena para ti e tua família! E mais uma vez agradeço pela tua presença fundamental na vida de teus amigos.

K.Kampus

Primavera de 2008.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Itapuã (Caetano Veloso)


Nosso amor resplandecia sobre as águas que se movem . Ela foi a minha guia quando eu era alegre e jovem. Nosso ritmo, nosso brilho, nosso fruto do futuro. Tudo estava de manhã! Nosso sexo, nosso estilo, nosso reflexo do mundo. Tudo esteve em ItapuãI. tapuã, tuas luas cheias, tuas casas feias viram tudo, tudo, o inteiro de nós. Itapuã, tuas lamas, algas, almas que amalgamas Guardam todo, todo, o cheiro de nós. Abaeté, essa areia branca ninguém nos arranca É o que em Deus nos fiz. Nada estanca em Itapuã. Ainda sou feliz. Itapuã, quando tu me faltas, tuas palmas altas, mandam um vento a mim, assim: Caymmi. Itapuã, o teu sol me queima e o meu verso teima em cantar teu nome, teu nome sem fim. Abaeté, tudo meu e dela, a lagoa bela sabe, cala e diz; Eu cantar-te nos constela, em ti eu sou feliz. Ela foi a minha guia quando eu era alegre e jovem