"MAS EU GOSTO DEMAIS DA MINHA LOUCURA PARA NÃO FICAR APAVORADO ANTE A IDÉIA DE ALGUÉM QUERER CURAR-ME, CONTRA MINHA VONTADE" Janusz Korczak
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
E EU ESTOU AQUI
Há muito tenho estudado, pesquisado e questionado coisas que não sei
falar, coisas que não sei dizer, coisas que só sei sentir. Sempre digo
que a coisa mais difícil para um Homem, é seguir a Jesus. A segunda é
sermos nós mesmos, sem máscaras, sem escudos. Não sei qual seria a linha
que mais daria sustentabilidade para responder a questionamentos
instigantes. A Psicologia e a Fé não casam, são primos. São como os
medos e os amores. São como as essências e os espíritos. Numa coisa
estou certo, o tamanho do meu medo é o tamanho do meu amor. Onde crescem
os medos, crescem também os amores. Penso que sempre existimos, pois só
assim se justifica tantas diferenças. Sei que em tudo isso tem a Mão de
Deus e que embora não entenda muitas coisas, acredito que tudo está em
seu devido lugar. Não acredito em coincidências. Não credito ao acaso
nem os percalços nem os sucessos que temos na vida. Acho que já é hora
de tomar posições que me justifiquem estar aqui. Tenho que perder o medo
de me mostrar. Tenho que perder o medo de assumir que sou honesto,
verdadeiro, leal. Que sou um Homem, um Homem bom. Que sou de verdade.
Não tenho orgulho de mim, pois a muito não sei o que é isso, não há mais
espaço na minha vida pra essas coisas. Apesar de todo ônus que pago,
sendo como sou, é bem mais fácil ser eu mesmo do que encarar uma fraude
insustentável, impensável, que se diluiria com o tempo. Cheguei até aqui
sem medo do Espelho e sem necessidade de retrovisor. Mas é pesado,
extremamente pesado. Porém não sei andar pra trás. Acredito em Deus, e
ele acredita em mim, isso me basta. Sei, tenho plena consciência que
para cada qualidade em mim, existe um reflexo pejorativo que sai da boca
daqueles que não se encontram em si mesmo. Se sou generoso, serei uma
besta. Se sou atencioso, serei alvo de desconfiança. Se sou dedicado,
serei recusado, e por aí vai. Meu irmão mais velho de vez em quando me
dizia: "Pô bicho, eu gosto de ti pra "caralho" e aproveita que eu só
falo essas coisas quando estou bebendo" rsrsr. Em outras oportunidades
mais sereno perguntava-me como eu conseguia dizer essas mesmas coisas
sem beber. E eu, só ria. Mas no fundo pensava: Talvez se eu bebesse não
diria. Eu sei o valor de se dizer "Eu te amo", de cara limpa. Meu irmão
também com certeza sabe, mas ainda não tratou de perder a vergonha. A
mesma vergonha que escrevi aqui. A mesma que deixo aqui. Nunca fui, não
sou, jamais serei um aventureiro. Sou um homem simples ou um simples
homem. Sou o que sou. Morro de saudades e vivo-as como um filme bom onde
sou coadjuvante, mas escrevo sempre o final. E o final é sempre feliz.
Mas como se trata de saudades, as lágrimas são inevitáveis. Quando
alguém trata a saudade como eu a trato sabe o que é ter a idade que se
quer ter. E você que está me dando o prazer de ler o que escrevi, saiba é
maravilhoso pra mim, olhar meu contador de visitas e constatar que
muitos me gostam. Meu blog é um retrato mal feito de mim. O que escrevo é
o que eu sinto. Não sei fazer rascunhos. Eu estou aqui. Henrique Soares
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