sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Que porra é essa, meu irmão?

Lembram aquela canção da Rita Lee? "Ai, ai meu Deus, o que foi que aconteceu com a música popular brasileira"... Pois é, num tempo não tão longínquo assim, as rádios tocavam Fagner, Ednardo, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença entre tantos outros. Claro que de vez em quando pintava uma bosta, mas fica até dificil lembrar, pois as outras opções mais politizadas rumavam de encontro a Mercedes Sosa, Chico Buarque, Pablo Milanés, Caetano, Silvio Rodriguez... Era um tempo em que forró atendia pelo nome de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro. Isso sem falar no Quinteto violado, Banda de Pau e Corda etc. Agora, puseram guitarra no forró, substituiram a Zabumba por uma Bateria elétrica e, bundas rodopiam num palco cheio de luzes sem brilho. E seguimos lamentando essa penetração fútil de um gosto ruim que vai descaradamente alicerçando o mau gosto. Ela vai de Calcinha Preta, toma um Mastruz com Leite, pega um Avião e se transforma numa Garota Safada a cantarolar mais uma faixa daquele CD interminável. São uns verdadeiros rituais as chamadas turnês dessas porcarias. O visual apelativo das moças "dançarinas" em nada contrasta com as da platéia, talvez pensativas as mocinhas sonham um dia estarem lá em cima. É a adrenalina sexpop, muita sensação e nada de emoção. E agora, o que é pior, com o mercado abarrotado de "Piratas", seguimos para a degradação da MPB. Não tem como fugir, fingir que não se ver. Experimente pegar aquele fone de ouvido que estar sendo usado pelo seu filho e ouça o que sai dalí. Fatalmente você irá dizer: Que PORRA é essa meu irmão?

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