Salve o Corinthians! Salve Sócrates!
Um dia especial para a grande nação corintiana. Um dia de
clássicos regionais valendo pelo campeonato nacional, um dos mais difíceis do
mundo, com vários times com possibilidade de vencer.
“Hoje a tristeza não é só passageira”. Acordamos com a
notícia da morte do Sócrates. Um dos símbolos daquele time espetacular, que foi
a Seleção Brasileira de 1982. Apesar de se passarem quase trinta anos ,
Sócrates ainda mantinha-se ativo, com sua voz, com a sua lúcida visão da
realidade , tanto em assuntos futebolísticos , como sobre os fatos do cotidiano
brasileiro.
Ouvir Sócrates era entender o que acontecia por sobre as
maquiagens, sobre os bastidores. Era traduzir a filosofia para uma linguagem
popular, sem perder a profundidade.
Perdemos mais que um ídolo do esporte, perdemos um homem, um
daqueles especiais que queria humanizar o mundo. Talvez tivesse que ir mais
cedo, para suportar o mundo,pois suportar a si próprio já é muito difícil. Necessitaríamos de mais uns
cem homens nesse país, para que pudéssemos florescer nossa grande nação
“indígena”, em contraposição a essa rataria dominante.
Saímos de um tempo onde havia resquícios de inocência, onde
havia a beleza de um drible, onde a vitória era conseqüência de belas jogadas.
Nosso jardim foi perdendo flores, o mundo entristeceu e se endureceu quando o
time de Zico, Sócrates e Falcão, ficou no meio do caminho. Hoje somos
pragmáticos, ganhando os jogos na base do chutão, do carrinho e da porrada. Mas
se não der, compramos o juiz, falamos com o dono da entidade, e o campeonato
está garantido. E onde está Deus? Onde está Fátima? Não há como retroceder... E
de toda dureza que nos permeia, o que brota puro como o pequeno riacho
cristalino descendo a montanha, é uma lágrima de pura saudade.
“Que a terra lhe seja leve”! Salve Sócrates! A tua
eternidade há tempos ficou escrita.
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