segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre fáculas e pessoas. (Wesley-Kkampus)

Sobre fáculas e pessoas.

O céu tem coisas simples que a gente quase não repara. Os cientistas dizem que ao olharmos pro céu enxergamos para um céu passado. Mas o que vejo e me pergunto é... Porquê aquelas estrelas ali tão longe , que de tão longe parecem somente luzinhas brilhantes; e o que tem em seus sistemas solares? O que as mantêm imensas sem despencar no vazio? Um astrofísico diria que é a gravidade, de pronto. Mas o que são essas forcas físicas, o que esta no invisível, nas coisas sem forma. Vocês já pensaram num vento batendo no rosto? E a água escorrendo pelas suas mãos, com sua transparência absoluta? E a sua voz sendo ouvida por voce e pelo outro, emitindo o pensamento, mais abstrato ainda.

O que dá vida a uma pessoa? O que a faz ter sua exuberância, seus gestos, seu riso; poder abraçar, beijar, correr, pular, gritar, olhar... E dos seus olhos toda uma riqueza de emoções trespassadas, uma lágrima salgada e quente?

As pessoas se despedem, às vezes num silencio inaudível, como que nos levando para nosso eu mais puro; o eu sem rótulos, sem profissões, sem partidos, sem religiões, sem sociedades, sem a consciência do peso da vida, como que nos levando também, a nos amalgamar com tudo que esta em volta.Talvez assim possamos entender o universo e suas distancias, seus gradientes de temperaturas, nossa preciosa eternidade.

O sol se põe... Bentivis cantarolam seus nomes; a tarde quente se esvai num ocaso de primavera. A lua antipodamente desperta, magnânima, com sua luz pálida e fria. Vem subindo ao Zênite, tornando-se marmórea e brilhante, convergindo nosso olhar, que agora de tão embaçado esmaece seu contorno como a fácula que a envolve. Resta romper o silencio, num lamento doloroso e triste, pois temos que cumprir mais um tempo, até que todos possam ser luz, ser parte novamente da poeira estelar primordial; enquanto a saudade mede a distancia na lembrança, uma saudade imensa traduzida em canção nos remete:

“Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”

Um comentário:

  1. Obrigado, Henrique

    O Parafernalias é nosso recondito, onde podemos chorar com os nossos textos, sabendo que teremos alivio ao compartilhar as mesmas dores.

    K.Kampus

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