domingo, 20 de maio de 2007

Sensibilidade sem sexo

Nossa criação Ocidental é terrível, e talvez contribua para as absurdas estatísticas em todos os campos de nossa sociedade. Desde cedo aprendemos e acreditamos que as mulheres são muito mais sensíveis, que homem que é homem não chora, que as doenças Psiquiátricas atingem em maior número o sexo femenino, que as mulheres são mais fiéis, fazem amor, enquanto os homens fazem sexo. A credibilidade em cima desses conceitos é tão grande que passamos a tê-los como verdadeiros sem nenhuma sombra de dúvidas. É o placebo da mentira forçada, onde as consequências forma pessoas que se envergonham de serem elas mesmas por não terem coragem de assumirem o que são na verdade. Agora, sei o que é liberdade, mas pra não ir de encontro aos intelectuais de gravatas assumo um lado que não tenho, para que me aceitem como sou; assim sou mais livre, enganando quase todos, e sendo fiel a mim mesmo. Choro, por que sou frágil, por que não vejo razões para esconder minhas lágrimas quando elas querem molhar meu rosto; peço socorro ao menor sinal de perigo, grito, bato, esperneio, lamento, pulo, danço, rebolo, não mato a criança que existe em mim. E nas horas das dores mais fortes de minha alma, quando deito em qualquer chão, procuro ficar de uma maneira quase fetal que é a melhor posição; e quando consigo levantar, a vontade que me dá é de ligar pra minha mãe a fim de que me empreste o colo pra eu poder chorar em paz. Mas sei que não pega nada bem, ela me criou muito bem pensando que eu nunca fosse chorar; então como num contrasenso, dela escondo minha dor, presenteio-a com cara de uma falsa alegria, onde ela nunca nem um dia desconfia que errou, e que um homem quase independente, de uma fala tão eloquente nunca chora, nunca chorou; pois valeu os ensinamentos que ela lhe deu no dia em que ele apanhou...

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