sábado, 12 de maio de 2012

Eu, meu mundo e o mundo

Estou criando uma verdadeira aversão às chamadas redes sociais, parei no Orkut. Percebo que a enxurrada tecnológica, incluindo-se aí, os eletro eletrônicos trazem muitas coisas que acabam sendo mais do que realmente precisaríamos ter. Qual aparelho celular, criado originalmente para fazer e receber ligações telefônicas, hoje é fabricado só pra essa finalidade. Ao contrário, as vezes uma chamada pode colocar todo um outro "trabalho" a perder. Em assim sendo, os sábios da tecnologia nos levam a impulssividade do consumo exagerado, temos centenas de amigos nas redes sociais, vivemos numa disputa, que ocupa boa parte do nosso dia, adicionando pessoas, para somarmos maior número de contatos. Pergunto: Pra que? - Agora, por força do que não sei, alguns conteúdos na net só podem ser acessados passando-se primeiro por uma merda chamada Facebook. Até brinco as vezes quando lembro do Roberto Carlos cantando: "Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar...". Na parte do consumo, saimos de casa para comprar aquela cybershoot último modelo da sony 16mp, por uns R$ 500,00, para tirarmos fotos que nunca iremos ver. Perdemos o encanto de virarmos as páginas do album de fotografia. E gastamos uma grana comprando algo que nos esquecemos que já o possuímos. Não é verdade? - E o meu mundo de costumes mais antigos vai se deteriorando, quando perde espaço pro imparável avanço tecnológico, que acelera nossa mente e freia nossos corações. As vezes chego a minha janela e vislumbro um Senhor sentado em uma cadeira na calçada. Confesso que mil coisas me passam na cabeça nessas horas. E minha alegria só não é completa porque sempre o vejo só. Questiono-me: Será que ele se importaria se eu lhe falasse que gostaria de fazer-lhe companhia? Na dúvida, permito silenciar meu coração, respiro fundo e deixo a janela com a ausência de mim. No meu mundo, as pessoas são solídárias, generosas, amigas. Eu tenho um desses aparelhos que fazem tudo, mas bater um papo legal comigo, isso ele não faz. Esse aplicativo é uma fortuna e, ainda não fabricaram a moeda que o pague. No meu mundo, os muros são baixinhos, os vizinhos para variar o cardápio trocam as guloseimas do dia, sem esquecerem sempre de dizer: "Depois devolve meu prato". Era assim que quase se era feliz. Eu, meu mundo e o mundo.

Um comentário:

  1. Viver na idade contemporânea não é fácil, as relações cotidianas do passado foram corroídas pelo capitalismo, gerando a petrificação dos sentimentos humanos. As pessoas sensíveis, que se desnudam são analisadas como fracas, pois não sabem controlar suas emoções. Na verdade as pessoas se transformaram em máquinas para atenderem uma economia de mercado.
    Pra que devo me importar com meu vizinho? Se o que me interessa é ganhar dinheiro e desfrutar daquilo que ele pode me proporcionar. Inclusive comprar companhias e prazeres, pois, tudo gira em torno do dinheiro. Estamos na era da solidão, da carência e principalmente da falta de amor verdadeiro e transparente. As pessoas deixaram de amar e de se amar.

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