sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira Santa: refletindo com a Igreja

Sexta-feira Santa: refletindo com a Igreja

Cidade do Vaticano - O relato da Paixão, segundo João, destaca a liberdade de Jesus, mostrando que é ele quem se entrega por amor a nós.

REFLEXÃO PARA SEXTA-FEIRA SANTA

O autor do IV Evangelho procura apresentar Jesus como Messias e Filho de Deus. Para entrar no sinal definitivo, o da morte na cruz, João inicia e conclui seu relato usando como cenário um jardim.

Começa com a agonia no jardim das oliveiras e termina com o sepultamento no jardim próximo ao Gólgota. João quer com isso recordar o Jardim do Édem onde o Homem disse não a Deus e onde imediatamente foi prometida a redenção, quando Deus falou com a serpente: “Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.” Ali estava a árvore do bem e do mal, da autonomia moral, e no Calvário está a árvore da Vida, da subordinação livre e amorosa ao Pai.

O ser humano ou acata a soberania de Deus e lhe é submisso, ou se rebela e transforma o mundo ao seu bel prazer, desordenando o sentido da natureza e proporcionando o caos, mais ético e moral do que outra coisa.

Quando Pilatos pergunta ao Senhor sobre sua realeza, Jesus a confirma, acrescentando que veio para dar testemunho da verdade, isto é, ser fiel ao projeto do Pai em relação ao mundo. Ao acrescentar “o meu reino não é deste mundo”, ele desqualifica o poder exercido pela opressão, pela sujeição dos mais fracos, a sociedade dividida entre vencidos e vencedores, entre ricos e miseráveis, e enaltece o amor e o perdão, a inclusão dos marginalizados. Jesus rejeita a cultura e a sociedade onde reina a morte e proclama o Reino da justiça, do amor, da verdade, da paz, enfim, o Reino da Vida.

Jesus aceita a cruz e a transforma em dom de amor, em revelação do Amor de Deus por todos nós. De fato, o sacrifício redentor de Cristo – cuja Paixão celebramos nesta Sexta-feira Santa – é a expressão máxima desse Amor.

Fonte: Rádio Vaticano

domingo, 17 de abril de 2011

Que porra é essa meu irmão?

Lembram aquela canção da Rita Lee? "Ai, ai meu Deus, o que foi que aconteceu com a música popular brasileira"... Pois é, num tempo não tão longínquo assim, as rádios tocavam Fagner, Ednardo, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença entre tantos outros. Claro que de vez em quando pintava uma bosta, mas fica até dificil lembrar, pois as outras opções mais politizadas rumavam de encontro a Mercedes Sosa, Chico Buarque, Pablo Milanés, Caetano, Silvio Rodriguez... Era um tempo em que forró atendia pelo nome de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro. Isso sem falar no Quinteto violado, Banda de Pau e Corda etc. Agora, puseram guitarra no forró, substituiram a Zabumba por uma Bateria elétrica e, bundas rodopiam num palco cheio de luzes sem brilho. E seguimos lamentando essa penetração fútil de um gosto ruim que vai descaradamente alicerçando o mau gosto. Ela vai de Calcinha Preta, toma um Mastruz com Leite, pega um Avião e se transforma numa Garota Safada a cantarolar mais uma faixa daquele CD interminável. São uns verdadeiros rituais as chamadas turnês dessas porcarias. O visual apelativo das moças "dançarinas" em nada contrasta com as da platéia, talvez pensativas as mocinhas sonham um dia estarem lá em cima. É a adrenalina sexpop, muita sensação e nada de emoção. E agora, o que é pior, com o mercado abarrotado de "Piratas", seguimos para a degradação da MPB. Não tem como fugir, fingir que não se ver. Experimente pegar aquele fone de ouvido que estar sendo usado pelo seu filho e ouça o que sai dalí. Fatalmente você irá dizer: Que PORRA é essa meu irmão?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Raiz da Tragédia por Kkampus)

Estarrecidos. emocionados, todos ficamos , com a tragédia do assassinato de crianças por um atirador, que contrastava do perfil habitual dos atores da violência carioca: Um jovem , tímido, sem antecedentes criminais , muito menos de violência.Então de onde tanto bestialismo, tanta loucura?

Atrevo-me a discursar sobre os fatos, não como autoridade, posto que não sou especialista, mas como gente, como pai, exposto aos infortúnios do tempo, das mazelas de uma sociedade decadente, evoluída em meios técnico-tecnológicos, afundada na perda de seus valores melhores.

Esse menino, franco-atirador, antes de ser um atroz, era vitima, envolto em turbulências mentais, advindas do desamor, da solidão, da doença social dos nossos tempos , do tempo que te engole e te faz herói e bandido, sem que a gente se aperceba.

Na década de sessenta, milhares de americanos foram enviados ao Vietnã, para participar de uma guerra em defesa do capitalismo. Mesmo com toda superioridade bélica, a derrota ,advinda da motivação vietnamita aliada a táticas de guerrilha na selva, levaram os americanos derrotados a sofrerem de uma série de conseqüências advindas daquela década. Se por traumas de guerra ou por conseqüências à exposição a agentes neuro-tóxicos de bombas químicas, desenvolveu-se um padrão típico de violência urbana, onde veteranos de guerra ou familiares, em momentos de puro desvario, atentavam contra civis inocentes. O alarde midiático dessa situação , que transformava esses doentes mentais em celebridades criou ciclos viciosos de alimentação dessas tragédias, ceifando inclusive ídolos como John Lennon e Sharon Tate.

A globalização, com sua maior ferramenta de expansão,o desenvolvimento dos recursos de mídia, promoveu aproximação de culturas e claro, a assimilação da cultura imperialista, premeditadamente imposta. Os benefícios da aproximação entre povos, da melhoria das condições de vida globais são inegáveis. Mas, muito do que era ortodoxo, que eram valores, que tinham ética e tradição, se perderam na lei da selva, do salve-se quem puder, da busca desenfreada pela beleza,pelo lucro, por se dar bem, não importando os meios. Nesse tecido social brilhante e sintético, criou-se a figura do “loser”, do perdedor, e este , sem o abrigo do capital, vira pária, marginal, doente, sem ninguém, sem amor, com o ódio crescente em seu peito;uma arma fácil por adquirir, a revolta indômita , todos os que lhes desprezaram ali , de uma certa maneira felizes, sorrindo.A internet é meu refúgio, lá eu tenho as mulheres nuas, finjo o que não consegui ser, tenho amigos que me respeitam. lá eu aprendo a ter poder. Já sei atirar. Sou quase um Rambo; deixo uma carta de adeus, amanha estarei em toda a mídia do mundo. Tiros, tiros....mortos...me suicido.

Que todos possam no momento enxergar além do sensacionalismo das mídias e vejam que precisamos reinventar o mundo, sem shows televisivos, sem lágrimas disfarçadas...é preciso reinventar a família, o melhor alicerce para uma sociedade melhor.

K.kampus, pseudônimo de Wesley Campos, Médico, Escritor, Músico, Poeta, colaborador deste blog