quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meus Pais, Antecipando os parabéns (Republico)


Acabei de ler o Diário de Anne Frank, comovente. Cheguei à conclusão de que ela foi a única pessoa no mundo que conseguiu ser o que sonhara, mas não ficou sabendo disso. Seu sonho era ser escritora. Comparei mesmo sem querer, suas vidas. outros sonhos que Anne tinha, a senhora minha Mãe conseguiu realizar. Ser Mãe, tarefa dificil, foi destemidamente encarada com a fortaleza de uma Anne e a esperança que não cessa de repousar na Senhora. Talvez pela visão privilegiada que Deus lhe deu, saiba que seguiu certinho tudo o que devia e podia fazer pelos seus filhos. Como dizia a Anne: "Os pais só podem nos dar conselhos e direcionamentos. Mas o caráter de cada um cabe a nós formarmos". Mas a Sra é impar, e sabe disso. Nenhum momento em nossas vidas deixou de cumprir com afinco todas as atribuições que pensava e pensa ter como Mãe. Penso comigo e não lembro de momentos extremos. Vejo-a como és, e gosto do que vejo, gosto do que sinto. O Amor não é sentimento tão fácil de conceituar. Acho que ele se funde numa só coisa, mas é complexo. Visto que diferencia em intensidade. A Senhora pode ter seus questionamentos em relação ao meu comportamentos às vezes "destemperados", mas saiba que é pela Senhora que sinto o meu amor mais intenso. A Senhora é fácil. E se é assim que a vejo não é por causa dos meu pseudos destemperos, mas pela sua presença em mim. A Senhora me dá a liberdade de viajar nas minhas melhores imaginações. Credito à sua presença em minha vida como fator determinante pelas coisas boas que habitam em meu ser. Sou grato a Jesus por isto. É certo que formei meu caráter sozinho, mas os pré requisitos me foram dados em casa. Tenho orgulho da Senhora. Hoje é seu aniversário, imagino que em plena segunda guerra mundial, a senhora tenha nascido pra compensar o mundo por grandes perdas que teve. Muito mais aniversários estarei aqui, para dizer-te de todo meu amor.

 









 Hoje é seu aniversário! Nós sabemos o quanto achamos tudo isso chato, não porque ficamos mais velho, mas porque somos anti formalidades e frases repetidas. Temos absoluta certeza de que somos únicos. Também não desconsideramos os parabéns de ninguém que insistem em nos lembrar de que lembram da gente e, nos querem bem. Mas, sinceramente, você é especial para mim e para meus irmãos. É por sua causa que estou aqui. Quando revejo sua trajetória de vida e de quantos obstáculos dificeis teve que superar é que entendo o seu "cansaço" às vezes diante de situações aparentemente simples de encarar. Posso mostrar, apontar, dizer aos outros: Esse Homem foi que me trouxe aqui. Foi a ele que Deus confiou minha vida. Ele é meu Pai. Olha, sou grato a Jesus por você, muito grato mesmo. Gostaria que acreditasse nisso, é tão simples. Não tente encontrar respostas para muitas perguntas que talvez agora sua mente esteja fazendo. Elas não servem pra nada. Saiba que penso que Pai é algo que não se compara. Se alguma coisa insiste em lhe perseguir, martelando sua cabeça, respire, deixe passar... Cuide-se bem, porque isso alegrará ainda mais meu espírito. Se pela sua cabeça passa a sensação de que em relação a nós dois tudo poderia ser melhor, saiba que também isso acontece comigo. É por essas coisas que novamente agradeço a Deus que nos permite consertar falhas antigas e recomeçarmos a cada dia aquilo que ele planejou pra gente. Meu Pai é letrado, mas não fico nem um pouco constrangido em colocar aqui meu pobre Português ruim. Então, Papai, receba de mim um abraço apertado, sabendo que te amo de todo meu coração.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Essas Coisas (Republicação)

«Você não está mais na idade
de sofrer por essas coisas.»

Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?

As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer?

Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?

E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?

Carlos Drummond de Andrade, in 'As Impurezas do Branco'

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A Verdade sobre a mentira

O mistério da mentira

As "palavras certas" no convívio com os outros são cada vez mais pura mentira. Pois apresentar a verdade em doses reduzidas facilita a vida. Os americanos chamam essa "forma elaborada" de comunicação de "mentiras brancas". Aqueles que sempre dizem a verdade são considerados irremediavelmente ingênuos. Além disso, eles facilmente ganham inimigos. Calcula-se que uma mentira vem aos nossos lábios cerca de 200 vezes por dia, em média uma a cada 5 minutos. Começando por falsos elogios ("Você está com excelente aparência!") até mentiras descaradas ("Hoje eu não posso ir ao escritório, estou gripado").

Há alguns anos ocupam-se com o mistério da mentira não apenas filósofos, mas também cientistas políticos e psicólogos. O resultado das pesquisas sobre a mentira:

– Mentira e engano estão nos nossos genes, foram e são o motor da evolução. Os biólogos presumem que o desenvolvimento do cérebro humano só foi possível por ter que lidar com enganos.

– Nós adulamos, engodamos e sorrimos diariamente com olhar inocente para manter uma boa atmosfera ou para nos apresentar numa luz mais favorável. Principalmente os cônjuges e familiares são enganados de maneira intensa. Eles são vítimas de dois terços de todas as mentiras graves – segundo as análises de diários da psicóloga americana Bella DePaulo da Universidade da Virgínia em Charlottesville.

– Talento para enganar é sinal de inteligência – um fator de sucesso, tão útil como perspicácia, intuição ou criatividade. "O sucesso profissional de um executivo depende em 80% da sua inteligência social", afirma Howard Gardner, psicólogo da Harvard School of Education. Também Peter Stiegnitz, um pesquisador da mentira em Viena (Áustria), pensa que os "carreiristas preferem trabalhar com jeito e charme ao invés de fazê-lo com aplicação e perseverança".

O objetivo da educação diplomática: as crianças já aprendem desde cedo que é melhor não dizer à sua antipática tia que acham o beijo lambuzado dela nojento. A alegria dissimulada da mãe ao receber o presente de Natal inútil, os doces escondidos furtivamente e a lei do silêncio sobre inconvenientes familiares são modelos e treinamento para as mentiras diárias no futuro.

Entretanto, as crianças só compreendem a necessidade de mentir entre o segundo e quarto ano de vida, e isso ocorre tanto mais cedo quanto mais inteligentes elas forem. Até então elas não sabem distinguir entre fantasia e realidade. Quando descobrem, então, quão refinadamente é possível lograr os outros, elas o fazem primeiramente em proveito próprio – a fim de evitar castigos ou para receber alguma recompensa. Mais ou menos a partir dos oito anos de idade elas aprendem a diferenciar a simpatia verdadeira da falsa.

No máximo durante a adolescência os jovens aprendem a distinguir com certa precisão se alguém está sendo sincero ou não... (Focus)

É vergonhoso como hoje em dia se lida levianamente com o conceito "mentira" ou com a própria mentira. Há pesquisas e estudos sobre a mentira, tenta-se explicá-la, procura-se a sua origem, mas em geral ela é considerada inofensiva, sim, até mesmo uma necessidade da vida e, em última análise, como algo bom.

Entretanto, como em todas as questões relativas à vida, também sobre a mentira somente a Bíblia – e não quaisquer "pesquisadores da mentira" – pode nos dar a melhor orientação. Ela nos mostra que a mentira não é um mistério, conforme diz o artigo citado, mas um pecado há muito revelado. A mentira consiste em rejeitar a verdade de Deus. Sobre os mentirosos está escrito: "Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira..." (Rm 1.25). Por isso a mentira se estende por toda a história da humanidade. Ela é a culpada pela queda do homem e causa de todos os sofrimentos e de muitas lágrimas.

A mentira não tem sua origem na evolução, mas em Satanás – ele é chamado "pai da mentira". O Senhor Jesus Cristo mostrou isso de maneira inequívoca quando disse: "Vós sois do Diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes" (Jo 8.44-45). Assim, o pecado só entrou no mundo por meio da mentira, pois Satanás enganou os primeiros seres humanos através da mentira: "É certo que não morrereis... mas sereis como Deus" (Gn 3.4-5). A realidade da mentira e do pecado em si falam contra a evolução e a favor do relato da Bíblia, de que somos uma criação caída.

Com toda a certeza a mentira não é indicação de inteligência, mas um sinal característico de uma vida sem Deus, que não ama a verdade e é a identificação de uma natureza pecaminosa. Em 1 João 2.21 está escrito: "...mentira alguma jamais procede da verdade." Por isso, a crescente tendência para a mentira em nossos dias também é um sinal evidente dos tempos finais: "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência" (1 Tm 4.1-2).

Como a mentira é o oposto exato da verdade de Deus e assim rejeita o próprio Deus da maneira mais grosseira, ela também será julgada com dureza pelo Deus santo. No último livro da Bíblia está escrito duas vezes com inequívoco rigor:

– "Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro" (Ap 21.27).

– "Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira" (Ap 22.15).

Parece que o pouco de verdade que há no artigo citado é que uma inverdade passa pelos nossos lábios aproximadamente 200 vezes por dia. Em face desta realidade da mentira, como deveríamos tremer diante da verdade que o próprio Senhor Jesus descreve assim: "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo" (Mt 12.36).

Somente estas poucas afirmações da Bíblia nos colocam diante da verdade de que nenhuma pessoa pode ser salva por meio dos próprios esforços. Bastaria pensar isso, para mentir a si mesmo. Mas, Jesus Cristo veio para isto: Ele, a Verdade de Deus em pessoa, a fim de tomar sobre si a nossa culpa, para que nós, exclusivamente pela graça, pudéssemos ser libertos da mentira. Por isso o Senhor Jesus diz em outra passagem: "Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8.31-32). Verdade é reconhecer a mentira como aquilo que ela é: um pecado que nos separa de Deus. Mas verdade também é saber que podemos confessar a Jesus a mentira e todos os nossos outros pecados e pedir perdão. Verdade também é que, então, podemos aceitar o perdão pela fé e com gratidão. Aquele que fizer isso com sinceridade e de todo o coração, receberá o perdão (1 Jo 1.7 e 9), pois Deus não pode mentir. (Norbert Lieth)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Ingratidão e a cocada preta (republicando)

A Ingratidão e a cocada preta

Nada agrada mais a Deus do que a gratidão. E é tambem uma alegria muito grande para qualquer pessoa, receber uma sincera demonstração de gratidão da pessoa a quem ajudou. Não há quem não se sinta muito bem, feliz mesmo, quando constata que a sua ajuda foi devidamente reconhecida pela pessoa que a recebeu.
É triste, no entanto, saber que muitos pensam que a gratidão é uma variante da subserviência; que ser grato é ser pequeno, humilde, inferior, Muitos acham que a pessoa que tem personalidade, tem de ser firme, ter voz marcante, ser determinada e não aceitar críticas, reprimendas nem ordens. E nem tampouco deve "curvar-se" numa atitude de agradecimento. Agradecer´´é como se declarar inferior, é como confessar que precisou de outrem. Dizem até que quem não precisa de nada e não depende de ningúem, não pode ser grato, pois, gratidão é sinônimo de fraqueza, de carência, de dependência.
Será? Partindo dessa premissa, devemos ser ingratos, firmes, indiferentes, frios, impiedosos, para não ser fraco ou não demonstrar fraqueza? Voce concorda com isso? Quando não carecemos de nada, quando temos tudo e estamos convictos de que sempre teremos tudo pelo poder que possuímos, é impossível ser gratos? Cremos que não. A gratidão é um sentimento que nasce quando, desde os primeiros anos da nossa existência, somos educados com amor e compreensão, num ambiente de paz e harmonia. É nesta fase inicial de nossas vidas que aprendemos a respeitar o próximo e a reconhecer nossas limitações e carências, como também, é nesta fase que adquirimos a certeza de que existem pessoas melhores e piores do que nós.
E o homem que é grato, que tem gratidão pelos que lhe ajudaram, que reconhece a bondade de outra pessoa para com ele, é bem visto e ajudado por Deus e pelos homens.Nos seus momentos de fraqueza ou carência, sabe que pode contar com amigos, parentes e com Deus. Sabe que receber um favor merecido ou imerecido não é um ato de submissão, de suvserviência ou de inferioridade. Os que pensam assim são exatamente os ingratos, os que querem se impor, por se acharem superiores, acima do bem e do mal. Estes se acham dignos de toda benevolência, reconhecimento e compreensão.
Isso é egoísmo, que é o mais adequado sinônimo de ingratidão.
Estes sim são carentes. Carentes de amor, carentes de paz, carentes de sabedoria, carentes de digidade e de muitas outras qualidades que quase sempre se mainfestam nos humildes de coração e não nos de coração duro, de pedra. A ingratidão é falta de bom senso, de visão, de sabedoria e de humildade. O ingrato não vê o que os outros vêem e nem sentem o que os outros sentem, não por que não querem ou não desejam, mas, por incapacidade, por fraqueza moral e ausência de amor. Há, na cabeça do ingrato, um vazio de amor ao próximo, que se manifesta não eventualmente, mas, permanentemente. Algo assim como um vício doentio, semelhante ao vício de um toxicômano. Ele, o ingrato, é incapaz de se submeter à sua consciência - que, por incrível que pareça, ele também tem -, para se superar e ser flexível, e viver num estado mental ou de vida nenos prejudicial a ele mesmo e aos que o cercam.
O egoísmo é um modo de vida sempre presente no procedimento das pessoas ingratas. Preocupam-se permanentemente consigo mesmas, pouco se importando com o sofrimento dos seus semelhantes. Vivem num mundo particular, no qual reinam intensamente seus interesses pessoais. Às vezes, são até simpáticos e têm facilidade de fazer amizades, mas, não se libertam jamais de seus interesses pessoais, que colocam acima de tudo e de todos. A ingratidão, que tem raízes na educação familiar sem o cultivo de valores morais, provoca ressentimentos fortes nas suas vítimas, difíceis de serem esquecidos ou perdoados.
E como se tudo isso não bastasse, o ingrato é sempre uma pessoa de má índole que sempre vê somente o lado negativo das coisas e das pessoas, e não enxerga valores nos seus semelhantes, mesmo naqueles que o ajudaram. Suas atitudes e pensamentos nos fazem referirmo-nos a ele, neste mundo tão egocêntrico e pouco fraterno de hoje, com aquela expressão popular por todos nós conhecida:"Ele pensa que é o rei da cocada preta".
Resumindo, o ingrato é um infeliz, um egoísta, vaidoso e prepotente, pleno de ideias erradas, e extremamente carente. Só ele não percebe que precisa de algo mais na sua vida, que não é dinheiro, poder ou fama. É algo que ele não identifica, não percebe, envolvido que está por sua vaidade e complexo de superioridade. Até que um dia, quem sabe, sem saber como nem por que, algo diferente lhe fala ao coração e ele descobre que Deus existe, que Deus liberta, salva e cura, mesmo aqueles que sempre o ignoraram.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CISMA

Como é que pode estar só
O tambor que ecoou
Nas malhas das ruas não se extraviou
De terras distantes por dentro passou
Fazendo abrigo no meu coração

Como é que pode estar só
A coragem de quem
Sem nada de seu perde tudo que tem
Cai na enxurrada, sem chão pra pisar
E que ainda cisma em se equilibrar

Plácidas não mais hoje essas margens de rio
Não é berço esplêndido nem céu de anil
A alma arrastada nessa inundação
Nuvens de um tempo ruim não vão me intimidar
Caso dependa de mim esse canto não vai sangrar

Canta junto, que a Pátria é correnteza
Que lava nossa tristeza
Calor de uma noite acesa

Canta junto, que mesmo assim tão ferida
Que não se extinguiu
No peito a paixão não finda
Um sopro e ela queima ainda
Por isso é Brasil


Vicente Barreto

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Julgamento não aceitação de si mesmo

O julgamento nasce de nós não aceitarmos o nosso próprio processo de desenvolvimento e do outro. Quando julgamos a nossa atitude e a do outro, não estamos percebendo que naquele momento talvez seja o único recurso que temos. Na medida que o amadurecimento ocorre começamos a somar outros recursos, e ter possibilidades de agir diferente. Nesse processo não nos damos conta que nem todos estão na mesma etapa de desenvolvimento, esquecendo que muitas vezes até fizemos pior. O desenvolvimento também não garante que em determinada situações ainda poderemos fazer pior ou melhor. A falta de compreensão da motivação e das circunstâncias, faz com que não aceitemos as nossas ações. O julgamento não propicia o amadurecimento, pois ele não permite a compreensão da situação, a aceitação daquele momento e a possibilidade de mudança de atitudes. O julgamento se limita ao aspecto de ser certo ou errado, bom ou ruim, só considerando uma parte do todo. Para somarmos recursos devemos seguir o processo de auto conhecimento e de aceitação de si mesmo para transformarmos nossas atitudes.

A Trilha do Nico (Anastácio Soares)

A trilha do Nico.

A trilha do Nico
era só fumaça.
Nela via-se imagens de
foice, verdugo, carrasco.
Decapitar!
quando nãoi,
o sentido e a razão.

A fuma que embriaga
se esquivando e iludindo
é a adaga
que mata
atacando e invadindo.

Nico tinha paz.
teve, tinha não tem mais.
Tão curta quanto a adaga.
Perdeu-se na ilusão.
Aspirou demais
respirou veneno
não encontrou jamais
e ainda procurando

F O I - S E...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Everybody Hurts = Todo mundo se machuca

Tradução da Canção do Vídeo abaixo:

Todo Mundo Se Machuca

Quando seu dia é longo... E a noite
E a noite é solitariamente sua
Quando você está certo de que já teve o suficiente... dessa vida, bem segura ai

Não se deixe ir
Porque todo mundo chora...
E todo mundo se machuca... Às vezes

Às vezes tudo está errado
Agora é hora de cantar sozinha
Quando seu dia é uma noite (Aguente, aguente)
Se você se sentir deixado pra lá (Aguente)
Se você pensa que já teve demais...dessa vida, bem segura ai

Porque todo mundo se machuca... as vezes
Tenha conforto em seus amigos
Todo mundo se machuca

Não solte sua mão. Oh, não.
Não solte sua mão
Se você se sentir como se estivesse sozinho
Não, não, não, você não está sozinho

Se você está sozinho... nesta vida
E se os dias e as noites estão longos
Quando você pensa que já teve demais... segura

Bem, todo mundo se machuca as vezes
Às vezes todo mundo chora
E todo mundo se machuca, Às vezes

E todo mundo se machuca, Às vezes. Então, Segura ai.
Segura, segura, segura, segura

Então aguente firme

R.E.M - Everybody Hurts (Live)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Papai, 08 de janeiro de 2011


Hoje é seu aniversário! Nós sabemos o quanto achamos tudo isso chato, não porque ficamos mais velho, mas porque somos anti formalidades e frases repetidas. Temos absoluta certeza de que somos únicos. Também não desconsideramos os parabéns de ninguém que insistem em nos lembrar de que lembram da gente e, nos querem bem. Mas, sinceramente, você é especial para mim e para meus irmãos. É por sua causa que estou aqui. Quando revejo sua trajetória de vida e de quantos obstáculos dificeis teve que superar é que entendo o seu "cansaço" às vezes diante de situações aparentemente simples de encarar. Posso mostrar, apontar, dizer aos outros: Esse Homem foi que me trouxe aqui. Foi a ele que Deus confiou minha vida. Ele é meu Pai. Olha, sou grato a Jesus por você, muito grato mesmo. Gostaria que acreditasse nisso, é tão simples. Não tente encontrar respostas para muitas perguntas que talvez agora sua mente esteja fazendo. Elas não servem pra nada. Saiba que penso que Pai é algo que não se compara. Se alguma coisa insiste em lhe perseguir, martelando sua cabeça, respire, deixe passar... Cuide-se bem, porque isso alegrará ainda mais meu espírito. Se pela sua cabeça passa a sensação de que em relação a nós dois tudo poderia ser melhor, saiba que também isso acontece comigo. É por essas coisas que novamente agradeço a Deus que nos permite consertar falhas antigas e recomeçarmos a cada dia aquilo que ele planejou pra gente. Meu Pai é letrado, mas não fico nem um pouco constrangido em colocar aqui meu pobre Portugues ruim. Então, Papai, receba de mim um abraço apertado, sabendo que te amo de todo meu coração.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Carteira - Machado de Assis

...DE REPENTE, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e
guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta
de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
-- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
-- É verdade, concordou Honório envergonhado.
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar
amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A
dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as
quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser
piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por agradar
à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus, leques, tanta
cousa mais, que não havia remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou
pelas contas de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro,
quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um
turbilhão perpétuo, uma voragem.
-- Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da
casa.
-- Agora vou, mentiu o Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por
desgraça perdera ultimamente um processo, cm que fundara grandes esperanças. Não só
recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo
caso, andavam mofinas nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus negócios. Não
contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em um mar de
prosperidades. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa dele, dizia uma ou duas
pilhérias, ele respondia com três e quatro; e depois ia ouvir os trechos de música alemã, que
D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava com indizível prazer, ou
jogavam cartas, ou simplesmente falavam de política.
Um dia, a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à filha, criança de quatro anos, e viu-lhe
os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que era.
-- Nada, nada.
Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da miséria. Mas as esperanças
voltavam com facilidade. A idéia de que os dias melhores tinham de vir dava-lhe conforto
para a luta. Estava com, trinta e quatro anos; era o princípio da carreira: todos os princípios
são difíceis. E toca a trabalhar, a esperar, a gastar, pedir fiado ou: emprestado, para pagar
mal, e a más horas.
A dívida urgente de hoje são uns malditos quatrocentos e tantos mil-réis de carros. Nunca
demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora; e, a rigor, o credor não lhe
punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma palavra azeda, com um gesto mau, e
Honório quer pagar-lhe hoje mesmo. Eram cinco horas da tarde. Tinha-se lembrado de ir a
um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar pela Rua. da Assembléia é que viu a
carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e foi andando.
Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando,
até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, -- enfiou depois pela Rua da
Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a
pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café.
Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo de abrir a
carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta
era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do
dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma
expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida?
Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à
polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da
ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a
dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que
lhe deu ânimo.
Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo, quase às
escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não contou, mas viu
duas notas de duzentos mil-réis, algumas de cinqüenta e vinte; calculou uns setecentos milréis
ou mais; quando menos, seiscentos. Era a dívida paga; eram menos algumas despesas
urgentes. Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à cocheira, pagar, e, depois de
paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira, e com medo de a perder,
tornou a guardá-la.
Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro. Contar para
quê? era dele? Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-réis. Honório teve
um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um lance da fortuna, a sua boa sorte,
um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos... Mas por que não havia de crer neles?
E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, resolvia o contrário, não usar
do acha- do, restituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal.
"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar- me do dinheiro," pensou
ele.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobrados, que
não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas então, a carteira?...
Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente do amigo. Voltou ao interior; achou mais
dous cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele.
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato ilícito, e,
naquele caso, doloroso ao seu coração porque era em dano de um amigo. Todo o castelo
levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a última gota de café, sem reparar
que estava frio. Saiu, e só então reparou que era quase noite. Caminhou para casa. Parece
que a necessidade ainda lhe deu uns dous empurrões, mas ele resistiu.
"Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer."
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado e a própria D. Amélia o
parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma cousa.
-- Nada.
-- Nada?
-- Por quê?
-- Mete a mão no bolso; não te falta nada?
-- Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém a
achou? -- Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.
Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo. Esse olhar foi
para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, era um
triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe perguntasse onde a achara, deu-lhe
as explicações precisas.
-- Mas conheceste-a?
-- Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então Gustavo sacou
novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro
não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta
mil pedaços: era um bilhetinho de amor.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Mazelas

Querer viver, continuar sobrevivendo com as mazelas do mundo, das pessoas e porque não dizer das minhas também. Porém é hora de nem vitimar, nem dividir com ninguém. O tempo urge e me pede pressa. Na vida, já perdi muitas vezes e já ganhei tantas outras. Deus tem me presenteado demais. É hora de voltar os olhos mais profundamente pra essas coisas. Valorizar bem mais o amor dos que me amam incondicionalmente. Esquecer e não sofrer por aqueles que me traem. As mazelas do mundo são compostas de pessoas de coração duro, infelizes, fadadas às mentiras e a alta corrupção. Normalmente pessoas assim vivem em vários mundos ao mesmo tempo. Não sabemos o que acontece atrás dos muros dos Conventos. Quase, aqui, não pagam preço nenhum para viverem o que suas cabeças doentes lhes permite. Porque a dissimulação justifica o pseudo sacrifício de a qualquer preço conseguirem seus intentos. Dormem serenamente para amanhã começarem mais um dia a executar a Lei do Gerson. Os jogos de interesses, alicerçado pela falsidade e deslealdade, tem ditado as normas do comportamento de uma sociedade cada vez mais doente. Não era bem um texto destes que eu gostaria de escrever, mas se assim não fizesse, minhas mazelas certamente aumentariam de tamanho. É pra não fazer parte desse grupo, que me dispus desde muito cedo a pagar o preço de ser eu mesmo, com todos os defeitos e qualidades que Deus me permitiu. Extirpar os mal intencionados, maléficos enganadores dos homens de bem, é uma missão quase que impossível. Eles se escondem atrás do que sabem fazer de melhor; enganar a boa fé daqueles que chamam de inteligentes e idiotas ao mesmo tempo. Não tenho pena dos maléficos, mas confesso que ainda sofro um pouco com o muito que fazem a si e ao seu próximo. Mas pra tornar mais leve isso aqui, finalizo dizendo que os responsáveis pelas mazelas do mundo. da família e de tudo, não tem consciência do que fazem.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Minha Oração





Meu Senhor, acredito sempre que És a fonte da minha existência,
O esconderijo do meu sofrimento e a perseverança da minha atitude.

Meu Senhor, bem sabes que corro sempre ao Teu encontro,
Quer seja nas lágrimas da dor, Quer seja nas saudosas alegrias.

Meu Senhor, carrego algumas cruzes do passado, ineptas no presente,
Porque nos meus pecados vejo a conversão dos meus erros.

Meu Senhor, dar-Te espaço no meu canto, é uma alegria,
Querendo viver o gáudio da tua compaixão em mim.

Meu Senhor, no meu choro, sabes pelo que anseio, sabes o que me inquieta,
Porque só tu podes guiar-me, e os teus sinais, são eternamente visíveis.

Meu Senhor, ao estar aqui contigo, quanto me apraza a sede e a fome,
Fazendo que a minha Fé seja como rocha, o Amor como água, a Vida como grão de areia.

Meu Senhor, como te louvo
Meu Senhor, como te amo


Tu és a minha alma e o meu espírito.