segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Foi-se...(K.Kampus)

Foi-se... (K.Kampus)

Foi-se o tempo das descobertas
Havia um tempo de poemas declamados:
A mente tórpida
Subindo às mesas.

Havia um tempo
Onde se ousava viver paixões
Seguir sem porto, livre...
A saudade era só um verso
Escrito a quatro mãos

Havia um tempo
Onde a ilusão de te-los eternamente
Era infinitamente inocente verdade
Hoje a distancia é tanta
Incomensurável velo
Dos sentimentos sem perdão

Onde andarão os trovadores
Daquelas bêbadas madrugadas?
Quem matou nossas Dulcinéias?
Havia sempre um violão e uma rouca voz uníssona
Como ouço as canções em delírios cônscios que me obrigo.

(Havia um tempo de suportar tudo
De tolerar a merda que sempre existe no mundo
Mas jamais fedia como agora toma-nos)

Havia um tempo em que a despedida
Era início d`outro encontro
E meu olhar queimava na fogueira,
A tristeza fúria que me habita.

Vejo o tempo
Como esta lua verde que mingua vazia
Se não fossem as maduras estações corruptas
Irmã de todos os homens mortos egoístas

E a poesia...
A tal virtude dos podres românticos
São cacos, estilhaços de carvão incandescentes.

Rimo somente com um rio sazonal
De um verão causticante e fútil
Deixo as folhas envelhecidas
Encardidas páginas
E um copo de café a mais...Frio e amargo ...momento

Wesley, querido amigo, parabéns pelo poema. Obrigado por autorizar-me a publicá-lo. Um abração.