quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O Mundo é bom pra quem sabe esperar.



Acho muito interessante a letra de uma canção do Chico Buarque, intitulada: Bom Conselho. Aliás, não sei se é interessante, se é engraçada ou se é verdadeira. É certo que concordo com ele quando diz "que devagar é que não se vai longe". Porém sem abrir mão do meu costumeiro atrevimento, faço algumas ressalvas afirmando que é melhor caminhar devagar do que acelerar o passo no risco de nos esbaldarmos nas lamas. Ficar parado também não deve ser uma boa. E acreditem, ainda hoje se encontra pessoas que andam para trás. Amigos, estou falando de ALMA ou da falta dela. Estou falando de CÁRATER, ou da falta deste. Estou falando de FÉ ou da falta desta. Outro dia recebí um email carinhoso de uma Amiga muito estimada, chamada Gilda, onde ela ressaltava essa minha "inquietude". Confesso que parei para refletir, no que acabei concordando com ela. Talvez seja por isso que um Tio muito querido me chame de "Henriquieto". É verdade, sou mesmo. E essa minha inquietação está abraçada a indignação com os Homens, à minha incompetência em compreender as injúrias, mentiras, disfarces e etc, etc, etc. Caberia aqui um livro, mas a minha incapacidade intelectual, não me permite arriscar tanto assim. Já considero-me, dada a falta de embasamento reconhecido, por demais arrojado, atrevido, corajoso. Por isso permito-me as minhas certezas, verdades e convicções. tenho que dar uma parada com a Filosofia, Psicologia e outras merdas que existem por aí. Se eu me trouxe até aqui, tenho que seguir acreditando que o mundo é bom ou haverá de ser, para pessoas assim que nem eu. E quem eu sou? Sou aquele que acredita que não se herda em ESPÍRITO, sou alguém que acredita que posso ser melhor a cada dia, sou mais um que lamenta o desperdício do tempo no rosto do meu irmão, sou alguém que chora mais do que devia, sou alguém que ainda sorri como outrora sorria. Sabe, não gosto de reconhecer em mim o oito ou o oitenta que sou. Parece que as "coisas" em mim ganham proporções doentias. E ser, estar doente nunca foi legal. Já estou grandinho , não terei mais os mimos da mamãe, que já num tempo tão distante minha memória nem por um instante me presenteia lembrando como eram esses mimos que não tenho mais. Há um tempo atrás ia eu subindo a ladeira de mãos dadas com meu filho Daniel, ele perguntou-me: Pai, onde o senhor vai?, eu logo respondí: Ao Psicólogo, meu filho - Ele retrucou: Puxa Pai o senhor ainda vai ao psicólogo, porque? Eu respondi: É que eu estou ficando bom meu filho. Prá minha satisfação, ele sorriu e eu faltei ao psicólogo. Reconheço que o que acabo de escrever talvez tenha por diversas vezes saído do contexto ao que me propus. Mas fazer o que? Vai ver que faz parte daquelas coisas que se tem muito pra dizer mas não se consegue colocar pra fora. Desculpem-me, é que eu sou brasileiro, filho da pátria amada, já me cansando de tanto esperar....

domingo, 19 de agosto de 2007

O Chip Implantado (Por kkampus)

O Chip Implantado_ Uma Opinião Contra

Um cientista divulga o sucesso dum implante de um chip em seu corpo, o qual lhe permite interagir com aparelhos eletrônicos com o movimento de seu corpo. Talvez o deslumbre de um cientista , talvez inocentemente, não consiga enxergar o cabedal de possibilidades negativas, que tal tecnologia e sua evolução pode levar.
A história da humanidade está plena de evoluções cientificas, em que duelam o lado bom e ruim das tecnologias. Aliás, os grandes problemas que o planeta hoje enfrenta, inclusive com risco de aniquilamento da raça humana, advém do progresso da ciência.
Assim poderemos citar o aquecimento global, o lixo , as guerras e suas máquinas, as armas nucleares, a falta de água potável e etc...
Quanto ao chip, é claro que há interesses escusos embutidos no desenvolvimento dessa tecnologia. Parece a mim extremamente perigoso o cientista afirmar que no futuro quem não tiver esse chip implantado será uma subraça. Ora será se uma civilização só de cientistas se mantém? Que tipo de conhecimento é mais importante? Será se a nação de maior poder tecnológico é a mais civilizada? O quanto avançamos socialmente, apesar de todo esse avanço tecnológico dos últimos cem anos?
É claro que esse chip antes de tudo representa uma ferramenta de controle do cidadão, que atentará enormemente contra a sua liberdade; ou teremos uma liberdade cada dia mais vigiada. Não teremos mais refúgios, mesmo nos locais mais longínquos, pois o chip sempre o localizará. O comercio monitorizará o seu bolso , suas informações econômicas, e lhe enviará mensagens até durante o seu sono que lhe levará mais ao consumo exagerado. Imagina o uso desse chip pelo governo, pelos militares, pelos imperialistas: Você será mais dominado, além da lavagem do consumo, da absorção de sua cultura de entretenimento fútil, você poderá interagir com ``Servidores de Controle e Dominação``, levando-lhe a realizar ações geradas no incônsciente (leia computador remoto de domínio).”Eles” escolherão as suas emoções, podem lhe emburrecer, lhe deixar acrítico, lhe levar a vícios, podem lhe exterminar levando ao suicídio ou induzindo a liberacao de substancias internas, que podem levar a morte, em consequencia de choque ou parada cardiaca. Isso não é filme de ficção, será possível, isso está sendo pensado, portanto poderá acontecer.
Imagine a ordem das coisas com esse chip. Imagina um jovem de vinte anos com o conhecimento implantado de um homem de quarenta ou sessenta, o quanto doentio isso parece. Pense no tanto de artificial que existe em não se apreender com nossas experiências, com nossos erros. “Eles” vão, a partir de agora, usar a mídia, para fazer desse chip, o essencial para sua vida. Espero que a reflexão , quando ainda podemos, possa nos levar ao repudio desse diabólico recurso.
Com a palavra, os de opinião a favor.

K.Kampus.São Luis, Agosto de 2007

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Aprendendo a cuidar....

Nesses 42 anos e alguns meses de minha vida, muitas coisas ainda não consegui e sei que jamais conseguirei compreender, mas pelo ao menos já sei o que não conseguirei. Apelo para a Psicologia, ciência que me fascina, para encontrar alí algumas justificativas que acalmem minha inquietude da alma. Agora atrevo-me mais uma vez colocar aqui algumas das minhas certezas que em muito têm contribuído para essa minha vida "quase feliz". Antes gostaria de salientar que encontro-me off em relação as "grandes verdades" que permeiam o mundo de hoje. Mas vamos ao que me interessa: E o que interessa? Cuidar do próximo, para que eu seja mais feliz, mais alegre, mais saudável. Tenho absoluta certeza que o Mundo seria por demais diferente se nos atêssemos mais a isso. Cuidar do próximo é a missão maior de cada um de nós, é o que nos faz verdadeiramente felizes, é o que nos enche de alegria é o que nos dá paz. No entanto ainda persistem frases que jogam por terra toda essa tentativa de nos melhorarmos. Posso citar algumas: "Não vou limpar isso aqui, pois não fui eu quem sujou. Não vou fazer o café do meu tio, pois eu não gosto de café. Não vou pagar contas que não são minhas, mesmo que meu irmão não possa pagar a dele, e por aí vai. Conclusão: Fiquei doente, porque nos menos 42 anos que já vivi, nada mudou. Fico tão transtornado que vejo que essa minha doença não colabora em nada pra que as coisas mudem para melhor. E o que ganho com esse meu pensamento, essa minha vivência do cuidar do próximo? Elogios, elogios, elogios.... Fodam-se os elogios. É como aquela frase do Poeta: " A lição sabemos de cor, só nos resta aprender...". Não há comprometimento, não há amor, não a compaixão. No entanto nessa Sociedade Imunda, sobra egoísmo, autoritarismo, grosseria, maus tratos, deseducação. Enfim sobram "horrores". E queridos amigos, sabem o que falta? DEUS!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Carta aos Pais



Também sou pai e portanto compreendo. Vocês querem o melhor para o filho, para a filha. A melhor escola, os melhores professores, os melhores colegas.
Vocês querem que filhos e filhas fiquem bem preparados para a vida. A vida é dura e só sobrevivem os mais aptos. É preciso ter uma boa educação.
Compreendo, portanto, que vocês tenham torcido o nariz ao saber que a escola ia adotar uma política estranha: colocar crianças deficientes nas mesmas classes das crianças normais. Os seus narizes torcidos disseram o seguinte:
Não gostamos. Não deveria ser assim! O problema começa com o fato de as crianças deficientes serem fisicamente diferentes das outras, chegando mesmo, por vezes, a ter uma
aparência esquisita. E isso cria, de saída, um mal-estar... digamos... estético. Vê-las não é uma experiência agradável. É preciso se acostumar... Para complicar há o fato de as crianças
deficientes serem mais lerdas: elas aprendem devagar. As professoras vão ser forçadas a diminuir o ritmo do programa para que elas não fiquem para trás. E isso, evidentemente, trará
prejuízos para nossos filhos e filhas, normais, bonitos, inteligentes. É preciso ser realista; a escola é uma maratona para se passar no vestibular. É para isso que elas existem. Quem fica
para trás não entra... O certo mesmo seria ter escolas especializadas, separadas, onde os deficientes aprenderiam o que podem aprender, sem atrapalhar os outros.
Se é assim que vocês pensam eu lhes digo: Tratem de mudar sua maneira de pensar rapidamente porque, caso contrário, vocês irão colher frutos muito amargos no futuro. Porque,
quer vocês queiram quer não, o tempo se encarregará de fazê-los deficientes.
É possível que na sua casa, num lugar de destaque, em meio às peças de decoração, esteja um exemplar das Escrituras Sagradas. Via de regra a Bíblia está lá por superstição. As pessoas
acreditam que Deus vai proteger. Se assim fosse, melhor que seguro de vida seria levar uma Bíblia sempre no bolso. Não sei se vocês a lêem. Deveriam. E sugiro um poema sombrio, triste e
verdadeiro do livro de Eclesiastes. O autor, já velho, aconselha os moços a pensar na velhice.
Lembra-te do Criador na tua mocidade, antes que cheguem os dias das dores e se aproximem os anos dos quais dirás: "Não tenho mais alegrias..." Antes que se escureça a luz do sol, da lua
e das estrelas e voltem as nuvens depois da chuva... Antes que os guardas da casa comecem a tremer e os homens fortes a ficar curvados... Antes que as mós sejam poucas e pararem de
moer... Antes que a escuridão envolva os que olham pelas janelas... Antes que as pessoas se levantem com o canto dos pássaros...
Antes que cessem todas as canções... Então se terá medo das alturas e se terá medo de andar nos caminhos planos... Quando a amendoeira florescer com suas flores brancas, quando um
simples gafanhoto ficar pesado e as alcaparras não tiverem mais gosto... Antes que se rompa o fio de prata e se despedace a taça de ouro e se quebre o cântaro junto à fonte e se parta a
roldana do poço e o pó volte à terra... Brumas, brumas, tudo são brumas... (Eclesiastes 12:1-8)
Os semitas eram poetas. Escreviam por meio de metáforas. Metáfora é uma palavra que sugere uma outra. Tudo o que está escrito nesse poema se refere a você, a mim, a todos. Antes que se
escureça a luz do sol... Sim, chegará o momento em que os seus olhos não verão como viam na mocidade. Os seus braços ficarão fracos e tremerão no seu corpo curvo. As mós - seus dentes -
não mais moerão por serem poucos. E a cama pela manhã, tão gostosa no tempo da mocidade, ficará incômoda. Você se levantará tão cedo quanto os pássaros e terá medo de andar por não
ver direito o caminho. É preciso ser prudente porque os velhos caem com facilidade por causa de suas pernas bambas e podem quebrar a cabeça do fêmur. Pode até ser que você venha a
precisar de uma bengala. Por acaso os moinhos pararão de moer? Não, os moinhos não param de moer. Mas você parará de ouvir. Você está surdo. Seu mundo ficará cada vez mais silencioso. E conversar ficará penoso. Você verá que todos estão rindo.
Alguém disse uma coisa engraçada. Mas você não ouviu. Você rirá, não por ter achado graça, mas para que os outros não percebam que você está surdo. Você imaginou uma velhice gostosa. E até comprou um sítio com piscina e árvores.
Ah! Que coisa boa, os netos todos reunidos no "Sítio do Vovô", nos fins de semana! Esqueça. Os interesses dos netos são outros. Eles não gostam de conviver com deficientes. Eles não aprenderam a conviver com deficientes.
Poderiam ter aprendido na escola mas não aprenderam porque houve pais que protestaram contra a presença dos deficientes.
A primeira tarefa da educação é ensinar as crianças a serem elas mesmas.
Isso é extremamente difícil. Fernando Pessoa diz: Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.
Frequentemente as escolas esmagam os desejos das crianças com os desejos dos outros que lhes são impostos. O programa da escola, aquela série de saberes que as professoras tentam
ensinar, representa os desejos de um outro, que não a criança. Talvez um burocrata que pouco entende dos desejos das crianças. É preciso que as escolas ensinem as crianças a tomar consciência dos seus sonhos!
A segunda tarefa da educação é ensinar a conviver. A vida é convivência com uma fantástica variedade de seres, seres humanos, velhos, adultos, crianças, das mais variadas raças, das
mais variadas culturas, das mais variadas línguas, animais, plantas, estrelas... Conviver é viver bem em meio a essa diversidade. E parte dessa diversidade são as pessoas portadores de
alguma deficiência ou diferença. Elas fazem parte do nosso mundo. Elas têm o direito de estar aqui. Elas têm direito à felicidade. Sugiro que vocês leiam um livrinho que escrevi para
crianças, faz muito tempo: Como nasceu a alegria. É sobre uma flor num jardim de flores maravilhosas que, ao desabrochar, teve uma de suas pétalas cortada por um espinho. Se o seu
filho ou sua filha não aprender a conviver com a diferença, com os portadores de deficiência, e a ser seus companheiros e amigos, garanto-lhes: eles serão pessoas empobrecidas e vazias de
sentimentos nobres. Assim, de que vale passar no vestibular? Li, numa cartilha de curso primário, a seguinte estória: Viviam juntos o pai, a mãe, um filho de 5 anos, e o avô, velhinho, vista curta, mãos trêmulas. Às refeições, por causa de
suas mãos fracas e trêmulas, ele começou a deixar cair peças de porcelana em que a comida era servida. A mãe ficou muito aborrecida com isso, porque ela gostava muito do seu jogo de
porcelana. Assim, discretamente, disse ao marido: Seu pai não está mais em condições de usar pratos de porcelana. Veja quantos ele já quebrou! Isso precisa parar... O marido, triste com a
condição do seu pai mas, ao mesmo tempo, sem desejar contrariar a mulher, resolveu tomar uma providência que resolveria a situação. Foi a uma feira de artesanato e comprou uma gamela de
madeira e talheres de bambu para substituir a porcelana. Na primeira refeição em que o avô comeu na gamela de madeira com garfo e colher de bambu o netinho estranhou. O pai explicou e o
menino se calou. A partir desse dia ele começou a manifestar um interesse por artesanato que não tinha antes.
Passava o dia tentando fazer um buraco no meio de uma peça de madeira com um martelo e um formão. O pai, entusiasmado com a revelação da vocação artística do filho, lhe perguntou: O que é que você está fazendo, filhinho?
O menino, sem tirar os olhos da madeira, respondeu: Estou fazendo uma gamela para quando você ficar velho...
Pois é isso que pode acontecer: se os seus filhos não aprenderem a conviver numa boa com crianças e adolescentes portadores de deficiências eles não saberão conviver com vocês quando
vocês ficarem deficientes. Para poupar trabalho ao seu filho ou filha sugiro que visitem uma feira de artesanato. Lá encontrarão maravilhosas peças de madeira...

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Monólogo Mundo Moderno (Chico Anisio)


Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutáias, majestoso manicômio. Meu monólogo, mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio maior, maldade mundial. Madrugada, matuto magro macrocéfalo, mastiga média morna, monta matumbo malhado, munindo machado, martelo, mochila mucha, margeia mata maior Manhãzinha move moinho, moendo macaxeira, mandioca, meio dia mata marreco mas já melhorzinho, meia noite mima mulherzinha mimosa, Maria morena momento maravilha, motivação mutua, mas monocôrdia mesmice. Muitos migram, mascilentos maltrapilhos moravam modestamente malocas metropolitanas, mocambos miseráveis menos moral, menos mantimentos mais menosprezo. Metade morre. Mundo maligno, misturando mentiras, maltratados menores metralhados. Mandões, meretrizes, marafonas mocinhas, meras meninas mariposas, motificando-se moralmente. Modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre, milionários montam mansões magníficas, melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista. Mãos magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meiagua, menos marquise, mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno melhore, mais melhore muito, melhore mesmo, merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.

Repensando

Fernando Pessoa, no Livro do Desassossego, "Nunca amamos alguém. Amamos simplesmente a idéia que fazemos de alguém. Em suma, amamos a nós mesmos". Sabem o que penso disso?


Eu não gosto desse pensamento. Uma outra frase parecida que se ouve muitas vezes é esta: "Se você não amar a si mesmo, você não consegue amar ao outro", mas eu não sei como eu faço para amar a mim mesmo e para mim é muito mais verdadeira a afirmação seguinte: eu só sei amar na exata medida em que fui amado. Levando avante esse pensamento eu diria que a mais alta atividade humana seria a cooperação entre as pessoas no sentido de aprendermos a nos amar. Esta implícito que ao meu ver os amores disponíveis são muito precários e precisamos começar a aprender a nos amar - se não, é bem capaz que a humanidade acabe, porque todos os meios para isso existem. O maior negócio do mundo é produzir armas, isto é, matar gente.